Como funciona o tratamento de radioterapia?

A radioterapia utiliza radiações ionizantes, que destroem ou inibem o crescimento de células que formam os tumores.  Além disso, a radioterapia ajuda a controlar sangramentos e dores, além de reduzir o tamanho de tumores que estejam comprimindo outros órgãos. 

Um fato interessante é que o paciente não é capaz de ver a radiação e muito menos sentir dor durante as aplicações.  A radioterapia é muito útil no tratamento do câncer, por isso 70% dos pacientes realizam esse tipo de tratamento. 

Preparamos este guia para esclarecer as principais dúvidas sobre esse tipo de terapia para te tranquilizar na sua jornada oncológica. Confira! 

Como é feita a radioterapia?

O número de aplicações vai variar de acordo com o tamanho, localização e tipo do tumor. Além disso, o médico também avalia os resultados dos exames e o estado de saúde do paciente. 

O que são as radiações ionizantes? 

São radiações invisíveis e indolores, que por meio de ondas eletromagnéticas são capazes de alterar a estrutura de uma célula, retirando elétrons dos seus átomos. Assim, por conta das alterações no seu interior, é capaz de levar à morte da célula.

Tipos de radioterapia

Sendo assim, a radioterapia pode ser feita de duas formas:

Radioterapia externa ou teleterapia

Por meio de um aparelho, a radiação é emitida de forma direcionada ao local a ser tratado, mas sem encostar na pele.  Nesta modalidade, o paciente fica deitado. Se for um tumor na área da cabeça e pescoço, é necessário utilizar uma máscara que ajuda a manter a posição correta durante as aplicações. 

Se for em outras partes do corpo, é feita uma marcação com tinta para que os técnicos possam direcionar o aparelho na direção correta. Em geral, as aplicações são diárias. 

Braquiterapia 

O médico faz as aplicações diretamente no local, em que há o tumor. Este tipo de terapia é muito utilizado em tumores ginecológicos.  De acordo com o site do Inca, a radiação sai do aparelho e por meio de cateteres, que são ligados aos aplicadores, irradia próximo à área que está o tumor. Em alguns casos, pode necessitar de anestesia para evitar qualquer desconforto. Em geral, as aplicações são semanais.

Benefícios da radioterapia

Considerada uma opção bastante segura e eficaz, os resultados da radioterapia são bastante positivos: o tumor pode desaparecer, controlando a doença ou até mesmo levando a cura. Em casos onde não é possível obter a cura, o tratamento ajuda muito na qualidade de vida do paciente, aliviando dores, hemorragias e outros sintomas desagradáveis. O médico oncologista também pode prescrevê-la em conjunto com a quimioterapia, a depender do tipo do tumor. 

Possíveis efeitos colaterais da radioterapia 

Assim como na quimioterapia, os efeitos colaterais variam de pessoa para pessoa. Mas uma boa notícia é que, com os avanços tecnológicos nos últimos anos, a radioterapia se tornou muito menos tóxica e mais efetiva. E, por isso, muitos pacientes não apresentam efeitos colaterais durante o tratamento.

Entre os efeitos colaterais mais comuns estão os problemas na pele que recobre a área irradiada: vermelhidão, ardor, prurido e escurecimento. Além disso, demais sintomas dependem também do local onde é feita a irradiação. 

Cabeça 

Pode ocorrer queda de cabelo localizada. Além disso, se a boca ou esôfago estiverem próximos a área tratada que está recebendo radiação, o paciente pode apresentar grau de inflamação da mucosa. 

Abdômen 

Quando a área tratada envolve o abdômen podem acontecer episódios de náuseas e, mais raramente, vômitos.  Se o intestino for alcançado pela radiação, pode também causar diarreia. 

Quadril e coluna

A irradiação do quadril e de grandes áreas da coluna compromete a produção das células do sangue, podendo exigir do paciente alguns cuidados adicionais.

Qual a diferença entre radioterapia e quimioterapia?

A quimioterapia utiliza medicamentos que são aplicados via venosa ou por via oral, por comprimidos. Ela age de forma sistêmica, ou seja, no corpo inteiro. Já a radioterapia é um tratamento mais localizado, por meio de radiação. 

Leia mais: Quimioterapia: o que é, como é feita e efeitos colaterais

O paciente fica com radiação no corpo?

Uma dúvida muito comum entre pacientes é se a radiação seria capaz de deixá-los “radiotativos”. Na terapia externa, a radiação atravessa o corpo do paciente e não fica no seu interior. 

Já quando há implante de material radioativo de forma permanente no corpo do paciente, há sim uma emissão de radiação no seu interior, mas por um determinado tempo. Mas, ainda assim, os pacientes não se tornam radioativos. 

Fonte: Inca, Sociedade Brasileira de Radioterapia, Hospital Albert Einstein e A.C.Camargo Cancer Center