Como a qualidade do ar pode afetar a saúde

Saúde
24 de Agosto, 2021
Como a qualidade do ar pode afetar a saúde

Por conta do tempo seco e de ocorrências de incêndios no Brasil, a qualidade do ar vem sendo cada vez mais afetada. Como é o caso do Parque do Juquery, na Grande São Paulo, onde o fogo consumiu 65% da área da unidade protegida em apenas dois dias. 

A quantidade de material particulado (MP 2,5) no ar está cada piorando cada vez mais a qualidade do ar da cidade de São Paulo — a mais baixa cotação dentro da régua publicada pela Cetesb. 

Mas além de trazer consequências para o meio ambiente, contribuindo para a mudança do clima, a poluição também causa danos diretos à saúde humana.

Leia também: Como a poluição afeta a saúde do cabelo

Em 2020, uma nuvem negra cobriu a capital de São Paulo contendo fuligem decorrente de queimadas que ocorreram na Floresta Amazônica e no Pantanal. Contudo, no incêndio do Parque Estadual do Juquery, não foi diferente. Dessa forma, diversos moradores da capital relataram encontrar a substância em suas casas — que foi trazida pelo vento.

Consequências da má qualidade do ar para a saúde

A fuligem causada pelos incêndios é mais perigosa do que parece. “Ela emite poluentes, dentre eles o material particulado, que pode impactar a saúde tanto no curto prazo (crises de asma, por exemplo), quanto no médio e no longo prazo (doenças cardiovasculares, câncer de pulmão, problemas reprodutivos e durante a gravidez, entre muitos outros)” explica Evangelina Vormittag, médica e diretora executiva do Instituto Saúde e Sustentabilidade. “Por outro lado, as queimadas também geram gases de efeito estufa causadores do aquecimento global”, aponta.

Segundo um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 90% da população mundial não respira ar de boa qualidade e está exposta a riscos diários, o que resulta em 7 milhões de mortes anuais. Ou seja, 10% da população mundial morre por problemas decorrentes da poluição atmosférica. 

Leia também: Comer peixe ajuda a proteger o cérebro da poluição do ar

“A criança, antes mesmo de nascer, já sofre as consequências da poluição atmosférica, comprovadas por estudos que demonstram retardo do crescimento intrauterino, menor peso ao nascer, maior mortalidade intrauterina e maior mortalidade neonatal”, afirma Evangelina.

Ainda de acordo com a especialista, a poluição do ar está relacionada à redução da expectativa de vida. Além disso, também aumenta o risco de arritmias, infarto agudo do miocárdio, bronquite crônica, asma, obesidade, câncer do pulmão, câncer de bexiga e depressão. 

Em tempos de pandemia, também é fundamental se preocupar com a qualidade do ar. “A poluição é o maior malefício ambiental e perde atualmente apenas para o coronavírus. Inclusive, a má qualidade do ar foi associada à piora dos casos de Covid-19”, finaliza.

Fonte: Dra. Evangelina Vormittag, médica e diretora executiva do Instituto Saúde e Sustentabilidade.

Sobre o autor

Julia Moraes
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em fitness, saúde mental e emocional.

Leia também:

chás para desintoxicar o fígado
Alimentação Bem-estar Saúde

Como desintoxicar o fígado? Veja 5 melhores opções de chá

Confira as opções de bebidas quentes que trazem benefícios para a saúde hepática

homem sentado na cama, ao lado da cabeceira, com as mãos na cabeça, tendo dificuldade para dormir
Bem-estar Saúde Sono

Problemas para dormir? Estudo relaciona a qualidade do sono com condições crônicas

A irregularidade do sono está diretamente relacionada ao risco aumentado de doenças crônicas, como obesidade.

bruxismo
Saúde

Bruxismo: será que você tem? Veja principais tratamentos

Bruxismo, o ato involuntário de ranger os dentes, pode afetar até quem não imagina conviver com ele. Veja como descobrir se é o seu caso