Pulmão de ferro: entenda a estrutura que ajudou homem a viver por 70 anos
Morreu nesta segunda-feira (11/3), aos 78 anos, Paul Alexander, conhecido como “homem do pulmão de ferro”, em Dallas, no Texas (EUA). Sobrevivente da poliomielite, Paul carregava uma estrutura de ferro que imitava o padrão respiratório humano e o permitia respirar de forma autônoma. As causas da morte ainda não foram divulgadas. Saiba mais a seguir!
Paul Alexander: o homem do ‘pulmão de ferro’
Em 1952, quando Paul tinha apenas 6 anos de idade, a cidade onde ele morava foi atingida por uma epidemia de poliomielite histórica. Registrada no Guinness Book, o surto da doença se espalhou por Dallas resultando em milhares de casos e dezenas de mortes.
Alexander foi uma das vítimas. A poliomielite, é uma doença infectocontagiosa viral aguda causada por um vírus que mora no intestino, chamado de poliovírus (sorotipos 1, 2 e 3), é mais comum entre crianças menores de quatro anos. A doença o deixou paralisado do pescoço para baixo, impedindo sua respiração.
Na época da infecção, as vacinas contra a poliomielite ainda não existiam. Elas foram aprovadas apenas em 1955. Então, a estratégia dos médicos foi colocar o homem em uma grande estrutura de ferro utilizada para ajudar pessoas com poliomielite a permanecerem respirando, o chamado “pulmão de aço” que o acompanhou por 70 anos.
A maioria das pessoas só usaram o equipamento por 1 ou 2 semanas. Paul, no entanto, não conseguia ficar mais de 5 minutos fora do aparelho, segundo informações do The Guardian.
No entanto, mesmo com a estrutura metálica, Paul se manteve ativo. Foi para a faculdade, se formou em direito, se tornou advogado e publicou um livro. Além disso, o homem do pulmão de ferro mantinha uma conta no TikTok (@ironlungman) em que usava seu alcance para incentivar a vacinação contra a poliomielite.
@ironlungman Episode 1 of Convos with Paul! We will be responding to comments and questions about Paul’s life, his polio, and life in an iron lung! Please be positive 😊 #PaulAlexander #poliopaul #ironlung #conversationswithpaul ♬ Chopin Nocturne No. 2 Piano Mono – moshimo sound design
Reconhecido pelo Livro Guinness dos Recordes, Paul é a pessoa que viveu mais tempo em um pulmão de ferro.
“Sua história viajou longe, influenciando positivamente pessoas ao redor do mundo. Paul foi um modelo incrível que continuará sendo lembrado”, disse Christopher Ulmer, que organizou uma plataforma americana de doações para ajudar a custear os cuidados com sua saúde.
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Como funciona o ‘pulmão de ferro’?
Feito de aço, o equipamento de 2,1 metros de comprimento é um ventilador de pressão negativa e serve para repetir o padrão respiratório, especialmente em pacientes vítimas da poliomielite. Ou seja, a máquina bombeia o ar para dentro e para fora.
Dessa forma, a estrutura é alimentada por eletricidade e também pode ser operada manualmente. Assim, o pulmão de ferro conta com portas e janelas para possibilitar os cuidados médicos e um espelho que facilita na interação com outras pessoas, já que o paciente fica deitado o tempo todo.
Além de Paul, Martha Lillard vive com o pulmão de ferro há 69 anos e também contraiu poliomielite quando criança.
Atualmente, o pulmão de ferro é extremamente raro, já que as vacinas contra a poliomielite, permitem a imunização de crianças desde cedo, aos 15 meses de vida. Portanto, a pólio, assim como outras doenças virais, não possui um tratamento específico.
Assim, a principal forma de evitar surtos da doença é investir na imunização da população. Além disso, outra medida social fundamental é garantir o saneamento básico no país para, então, evitar a contaminação pelo vírus por via oral-fecal, por exemplo.
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