Problemas de mobilidade episódicos: do que sofria a rainha Elizabeth II?

Saúde
08 de Setembro, 2022
Problemas de mobilidade episódicos: do que sofria a rainha Elizabeth II?

Nesta quinta (8), o mundo recebeu a triste notícia da morte da rainha Elizabeth II. Contudo, o estado de saúde delicado da monarca já estava em pauta desde outubro passado, quando Elizabeth diminuiu a agenda de compromissos e, desde então, fez poucas aparições públicas. Em comunicado oficial de 2021, o palácio real informou que a rainha Elizabeth II possuía “problemas de mobilidade episódicos” nos quadris, joelhos e costas.

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O que são problemas de mobilidade episódicos?

Embora a causa oficial da morte ainda seja desconhecida pelo público, as dificuldades de locomoção da rainha não eram segredo para ninguém. Não raro, Elizabeth II aparecia em eventos utilizando bengala ou andava com o auxílio de cuidadores. Chamados problemas de mobilidade episódicos, eles afetam especialmente o aparelho locomotor e são decorrentes do processo natural do envelhecimento. Em outras palavras, é um termo genérico para um conjunto de doenças variadas que comprometem a capacidade de se movimentar.

“A princípio, esses distúrbios são mais comuns em pessoas idosas, porque o avanço da idade provoca a degradação do organismo. Dessa forma, com o tempo, perde-se massa muscular, óssea e as articulações enfraquecem, fatores que contribuem para a limitação do movimento. Além disso, o desgaste do sistema nervoso central integra o quadro: o idoso tem mais dificuldades de se equilibrar, há redução da acuidade visual e o maior risco de quedas”, explica Rodrigo Luiz Vetorazzi, ortopedista e coordenador da Ortopedia do Hospital Albert Sabin, em São Paulo (SP).

Quais são as causas?

“Os problemas de mobilidade episódicos são aqueles que impedem a pessoa de se locomover sozinha. As causas dependem muito da idade do paciente e do histórico de saúde. No caso da rainha, provavelmente ela tinha artrose na coluna ou nos membros inferiores por causa da idade avançada. A artrose é uma doença degenerativa que afeta as articulações, resultando na redução da mobilidade. Por isso que ela usava bengala e tinha a assistência de outras pessoas, pois se houvesse uma queda, ela poderia sofrer fraturas no fêmur e em outros locais. Em idosos, qualquer tipo de fratura pode causar complicações”, comenta Wanderley Cerqueira de Lima, neurocirurgião e neurologista do Albert Einstein e da Rede D’Or São Luiz.

Sintomas

Na situação da rainha Elizabeth, não há informações específicas sobre a condição que enfrentava. Além da incapacidade de se locomover por conta própria, os problemas de mobilidade podem causar dores, formigamentos, sensação de rigidez nos músculos e nas articulações e até deformidades na coluna e em outros membros. No entanto, todos esses sintomas variam de acordo com a causa, que podem ser artrose, osteoporose, hérnia de disco, entre outros. Dependendo do quadro, o paciente tem crises que melhoram e se agravam novamente, sendo necessário o uso de medicamentos e acompanhamento médico contínuo.

Como prevenir os problemas de mobilidade episódicos?

Por estar relacionado a uma situação inevitável — o envelhecimento — não existe tratamento para curar tais enfermidades. Todavia, os cuidados de suporte são essenciais para melhorar a qualidade de vida, e são recomendados segundo a condição da pessoa. “Apesar disso, podemos evitar ou diminuir as chances de viver uma velhice repleta de problemas. Por exemplo, exercício físico, manutenção do peso ideal, alimentação equilibrada e idas frequentes ao médico ainda na fase jovem são hábitos que podem prevenir esse cenário”, aconselha Vetorazzi.

Na avaliação de Wanderley Cerqueira de Lima, é importante que a pessoa idosa tenha assistência de familiares, cuidadores e fisioterapeutas se tiver algum problema de mobilidade. “Esse apoio dá mais segurança ao paciente, que sofre idas e vindas de dores e dificuldades de locomoção”, finaliza.

Fontes: Wanderley Cerqueira de Lima, neurocirurgião e neurologista do Albert Einstein, Rede D’Or São Luiz e diretor do WCL Neurocirurgia – CRM-SP 41295; e Rodrigo Luiz Vetorazzi, médico ortopedista e coordenador da Ortopedia do Hospital Albert Sabin de SP – CRM 112465.

Sobre o autor

Amanda Preto
Jornalista especializada em saúde, bem-estar, movimento e professora de yoga há 10 anos.

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