Probióticos podem deixar o cérebro mais saudável, diz estudo

Alimentação Bem-estar
26 de Dezembro, 2019
Probióticos podem deixar o cérebro mais saudável, diz estudo

Os probióticos podem fazer mais do que trabalhar pela saúde intestinal. Eles também podem indiretamente melhorar o cérebro, o humor e toda a função cognitiva, como raciocínio e percepção. 

O intestino e o cérebro estão conectados, uma parceria chamada eixo intestino-cérebro. Os dois estão ligados por meio de sinalização bioquímica entre o sistema nervoso do trato digestivo.

Dessa forma, o que afeta o intestino geralmente afeta o cérebro e vice-versa. Quando o cérebro detecta problemas, ele envia sinais de alerta para o intestino, e é por isso que eventos estressantes podem causar problemas digestivos, como dor de estômago. Por outro lado, crises de problemas gastrointestinais como síndrome do intestino irritável (SII), doença de Crohn ou constipação crônica podem desencadear ansiedade ou depressão.

Assim, o intestino foi chamado de “segundo cérebro” porque produz muitos dos mesmos neurotransmissores que o cérebro, como serotonina e dopamina. De fato, estima-se que 90% da serotonina seja produzida no trato digestivo.

O eixo intestinal do cérebro também funciona de outras maneiras. Por exemplo, seu intestino ajuda a regular o apetite informando ao cérebro quando é hora de parar de comer. Cerca de 20 minutos depois de comer, os micróbios intestinais produzem proteínas que podem suprimir o apetite, o que coincide com o tempo que muitas vezes leva as pessoas a começarem a se sentir satisfeitas. 

Os probióticos e a saúde cognitiva

Como os probióticos podem se encaixar no eixo intestino-cérebro? De acordo com um artigo da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, eles podem ajudar a melhorar o humor, a função cognitiva e reduzir o estresse e a ansiedade. Por exemplo, um estudo de 2016 descobriu que os pacientes com Alzheimer que tomaram leite feito com quatro espécies de bactérias probióticas por 12 semanas obtiveram melhor pontuação em um teste para medir o comprometimento cognitivo em comparação com aqueles que bebiam leite comum.

Já um pequeno estudo de 2013 publicado na revista Gastroenterology descobriu que mulheres que ingeriam iogurte com uma mistura de probióticos, duas vezes por dia durante quatro semanas, ficavam mais calmas quando expostas a imagens de rostos com raiva e medo em comparação com um grupo de controle. Assim, as ressonâncias magnéticas também descobriram que o grupo de iogurte tinha menor atividade na ínsula, a que processa as sensações internas do corpo, como as que emanam do intestino.

Porém, os autores da análise ressaltam que é muito cedo para determinar o papel exato que os probióticos desempenham no eixo intestino-cérebro. Pois, a pesquisa ainda está em andamento. Contudo, os probióticos podem não apenas apoiar um intestino mais saudável, mas também um cérebro mais saudável.

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