Presbifonia: dá para evitar o envelhecimento da voz? Veja dicas

Saúde
13 de Julho, 2022
Presbifonia: dá para evitar o envelhecimento da voz? Veja dicas

A voz é uma de nossa marcas registradas. Com a ajuda dela, firmamos a identidade e a expressão de nossas ideias e posicionamentos. No entanto, conforme envelhecemos, a voz também muda e pode sofrer alterações no tom e na sonoridade. Esse processo, chamado presbifonia, é natural, mas há formas de evitar o envelhecimento precoce e prolongar a saúde vocal.

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De que forma e quando ocorre a presbifonia?

A fonoaudióloga Vivian Alessandra Silva explica que as mudanças na voz estão relacionadas a muitos fatores, entre eles o envelhecimento da laringe, órgão responsável pela produção do som vocal. “Em idosos, observamos que a laringe enfrenta uma série de modificações, como enrijecimento das cartilagens, deterioração muscular e redução da lubrificação laríngea. Estes exemplos podem resultar em uma voz mais fraca, rouca e de pouca projeção”, avalia a especialista.

De acordo com Vivian, além da idade, alterações hormonais e até a estrutura da face contribuem para a mudança relevante da voz. “A perda de massa muscular dos lábios, bochechas, língua e palato podem fazer com que a articulação da palavra fique mais difícil”, esclarece.

Causas da presbifonia precoce

A essa altura, você deve estar se perguntando, “quando a minha voz começa a envelhecer?”, e a resposta varia bastante. Geralmente a presbifonia se acentua por volta dos 65 anos, mas as alterações podem surgir antes desse período, dependendo do estilo de vida. Por isso, alguns hábitos e condições são determinantes para o futuro da voz.

Tabagismo e alcoolismo

Não é novidade que a dupla causa um conjunto de malefícios à saúde, além de ser fator de risco para doenças graves. Dessa forma, o uso da substância prejudica a os tecidos da laringe, que pode ter irritações frequentes e ficar mais suscetível a infecções e até ao câncer.

Capacidade cardiorrespiratória

O condicionamento físico, principalmente o pulmonar, não é útil apenas para melhorarmos o desempenho de atividades do dia a dia e esportivas. “A redução da capacidade dos pulmões diminuem o que chamamos de tempo máximo fonatório, fazendo com que a pessoa emita frases mais curtas e se canse mais ao falar — especialmente os idosos”, comenta Vivian.

Usar a voz de forma inadequada

Ou seja, gritar, falar muito alto com frequência detonam a estrutura da laringe, que fica sobrecarregada. Como resultado, a pessoa fica rouca e com dificuldades para conversar.

Fatores ambientais

Poluição, excesso de ar-condicionado, clima muito seco. Essas situações favorecem a presbifonia e podem atrapalhar a saúde da laringe e, consequentemente, da voz.

Como prevenir a presbifonia

Embora o envelhecimento seja inevitável, você pode cuidar da voz e mantê-la ativa e saudável por muitos anos para cantar e se comunicar bastante. Para isso, é importante:

Beber muita água: a hidratação é a chave para garantir a lubrificação da laringe, sobretudo em dias com clima mais seco e frio. Invista em, pelo menos, 2 L diários de água, chás e sucos.

Tratar alergias respiratórias: as enfermidades da vias aéreas — asma, rinite e sinusite, por exemplo — também comprometem a qualidade da voz e da comunicação. Portanto, procure um médico para diagnosticar e prescrever os devidos cuidados.

Exercitar a voz com ajuda especializada: a maioria das pessoas recorre a um fonoaudiólogo quando precisam corrigir problemas funcionais da fala. No entanto, o especialista pode auxiliar na melhoria da qualidade vocal por meio de dinâmicas e técnicas específicas. Além do fonoaudiólogo, o professor de canto é outro profissional aliado da voz para explorá-la de outras formas, mesmo que você não tenha a ambição de cantar por aí.

Fonte: Vivian Alessandra Silva, fonoaudióloga mestre em Neurociências e Comportamento e Doutora em Anatomia, ambos pela Universidade de São Paulo; e coordenadora de Produtos e Inovações Digitais na Inspirali Educação. Referência: Hospital Albert Einstein.

Sobre o autor

Amanda Preto
Jornalista especializada em saúde, bem-estar, movimento e professora de yoga há 10 anos.

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