Pneumonia na infância pode aumentar risco de mortalidade entre adultos
As doenças respiratórias são muito comuns entre as crianças. No entanto, infecções como pneumonia e bronquite durante a infância podem causar morte prematura na fase adulta. A descoberta vem do Imperial College London, cujo estudo foi publicado no The Lancet.
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O que dizem os cientistas sobre pneumonia na infância?
Os pesquisadores reuniram dados de 3.589 indivíduos. Dessa população, analisaram a incidência de morte prematura (abaixo dos 73 anos) em pessoas com histórico de doenças respiratórias graves antes dos dois anos de vida. Depois, compararam as informações com os óbitos de pessoas que não tiveram complicações do gênero.
Como resultado, as infecções do trato respiratório aumentaram a chance de mortalidade precoce em 93%. Outro achado é que crianças com problemas respiratórios podem desenvolver sequelas pulmonares que perduram por toda a vida.
Portanto, esses pacientes são mais vulneráveis a doenças crônicas, como a asma e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
Complicação independe do estilo de vida
Na avaliação, os cientistas concluíram que a pneumonia na infância é um fator de risco por si só, e não depende de outros aspectos do estilo de vida para ser perigoso.
No entanto, isso não quer dizer que tabagismo, sedentarismo e algumas doenças não influenciem as complicações respiratórias. Mas a saúde pulmonar nos primeiros anos de vida é fundamental para se tornar um adulto mais saudável.
Por esse motivo, os autores do estudo alertam para a necessidade de mais atenção às crianças nos sistemas de saúde.
O que pode causar a pneumonia na infância?
Embora não seja falado no estudo, o nascimento prematuro pode trazer complicações de saúde para o bebê, devido à imaturidade do trato respiratório e de outras funções.
O contato com outras crianças doentes, que geralmente se dá nas escolinhas, também é uma oportunidade para doenças respiratórias. A bronquiolite é um exemplo que acomete crianças de até cinco anos.
O vírus sincicial respiratório (VSR) é o agente responsável pela infecção, e causa tanto a bronquiolite quanto a pneumonia. O período de sazonalidade do vírus normalmente tem início em maio e se estende até o mês de setembro, podendo se alongar em algumas regiões.
Nos primeiros quatro meses de 2022, o Ministério da Saúde informou que quase 4 mil crianças tiveram a doença, cuja maior parte ocorreu em menores de quatro anos.
Febre baixa, dor de garganta, dor de cabeça, secreção nasal, tosse e chiado no peito são os sintomas mais comuns, mas que exigem investigação médica. Então, quanto mais rápido for o tratamento, melhor para se evitar sequelas e até a morte infantil.