Plasmaférese: o que é, como funciona e qual a indicação do tratamento
Embora seja pouco conhecida, a plasmaférese é um tratamento complementar e muito útil para algumas doenças. O processo se parece com o da hemodiálise e possui o mesmo objetivo de filtrar o sangue. A diferença é que a hemodiálise é para pacientes com insuficiência renal, enquanto a plasmaférese tem outras indicações. A seguir, saiba mais sobre o procedimento e para quem se destina.
Veja também: Afinal, como deve ser a dieta de quem faz hemodiálise?
O que é a plasmaférese?
É um tipo de terapia que realiza a filtragem de uma parte do sangue chamada plasma, cuja função é transportar nutrientes e outras substâncias para todo o corpo. Para isso, é necessário separar o plasma do restante do sangue para remover as impurezas e toxinas responsáveis por diversas doenças.
Principalmente as autoimunes, em que o corpo ataca as próprias células do organismo. No entanto, é importante esclarecer que a plasmaférese não é a única solução para controlar uma condição desse tipo. Ou seja, é parte de um tratamento que inclui medicamentos e outros cuidados.
Em quais casos o tratamento possui indicação?
A princípio, a plasmaférese é recomendada em pessoas com doenças variadas (em especial as autoimunes), como a esclerose múltipla, miastenia gravis e a síndrome de Guillain-Barré. Outras condições:
- Mieloma múltiplo.
- Púrpura trombocitopênica trombótica (PTT).
- Lúpus eritematosa.
- Rejeição a transplante de órgãos.
- Anemia falciforme.
- Crioglobulinemia.
- Glomerunefrite (alguns tipos).
- Linfoma de Waldenstrom.
Como funciona a plasmaférese?
O processo de filtragem é feito por meio de uma máquina de colheita de plasma. O equipamento separa o sangue do plasma para, então, realizar a remoção de substâncias nocivas e responsáveis pelas doenças citadas acima.
Ou seja, ela elimina os anticorpos em excesso que causam os sintomas das condições autoimunes. Dessa forma, a técnica consegue amenizar os desconfortos desses problemas de saúde se estiver associada a medicamentos imunossupressores, por exemplo.
Para realizar o procedimento, é feito um acesso na veia jugular interna ou na veia femoral para conduzir o sangue até a máquina e devolvê-lo ao corpo depois da filtragem.
Logo após o processo, o indivíduo também recebe uma transfusão de plasma, obtida a partir de um doador saudável. Assim, é possível repor os nutrientes perdidos do plasma filtrado, já que a plasmaférese “limpa” tudo.
Em média, as sessões de plasmaférese duram duas horas, e a frequência depende da gravidade e do tipo da doença. Por exemplo, há situações em que o paciente precisa realizar a terapia diariamente, enquanto outros, em dias alternados.
Todavia, o indivíduo não deve se submeter à técnica de forma contínua: um tratamento dura de 5 a 7 sessões que perduram até duas semanas conforme a periodicidade.
Perguntas frequentes
Como saber se posso realizar a plasmaférese?
Antes de mais nada, converse com o médico que acompanha seu tratamento. Questione sobre os benefícios e se o procedimento é eficaz para seu caso.
A terapia pode ser encontrada no SUS?
Por ser um serviço essencial e de alta demanda, é possível realizar a plasmaférese por meio do SUS. Alguns planos de saúde também oferecem a cobertura completa, dependendo do tipo de convênio contratado.
Existem efeitos colaterais?
Em geral, a plasmaférese não causa nenhuma reação. Mas alguns pacientes podem ficar com hematomas e dor na área perfuração da veia. Assim, é essencial manter a lesão limpa para evitar infecções. Outros indivíduos apresentam sangramentos na região, pois pode sofrer uma deficiência temporária de substâncias coagulantes do sangue.
Referências: MSD Manuals; Pró-Rim; National Multiple Sclerosis Society; e Ministério da Saúde.