Piercing microdermal feito por Giovanna Antonelli exige cuidados
A atriz Giovanna Antonelli surpreendeu seus seguidores com um piercing microdermal na região torácica, acima dos seios. A joia, um ponto de luz discreto, rendeu elogios dos usuários do Instagram, e muitos ficaram curiosos sobre a colocação do acessório. A seguir, esclarecemos as principais dúvidas e cuidados sobre o piercing microdermal.
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Qual a diferença entre o piercing “convencional” e o microdermal?
No final dos anos 1990 e início de 2000, os piercings ganharam bastante espaço como forma de expressão e personalidade. De acordo com o body piercer Leopoldo Heringer, os piercings “tradicionais” como os de umbigo, orelha, nariz e sombrancelha, possuem uma técnica de perfuração mais simples em relação aos microdermais, pois a estética se assemelha a brincos. “A perfuração ‘convencional’ utiliza uma haste que entra e sai. Já o microdermal é uma espécie de pequeno implante que fica na pele, com apenas uma saída aparente (no caso, o ornamento que pode ser uma pequena pedra ou outro formato). Então, a base desse piercing fica sob a pele, fixada em um ponto específico”, explica.
Como é a aplicação do piercing microdermal?
Como explica Heringer, a perfuração do microdermal é mais sofisticada. “Pode ser feita de três formas diferentes: bisturi, dermal punch ou blade needle. Cada profissional faz da maneira que sentir mais confortável em trabalhar”. Em outras palavras, o profissional isola o local de perfuração e pressiona a região. Dessa forma, evita-se o sangramento excessivo, que pode atrapalhar a colocação do adorno. Depois, é inserido o dermal punch ou outro instrumento para a perfuração. Com a ajuda de um pequeno fórceps, o body piercer coloca a joia no furo até que alcance a posição adequada na pele. Vale dizer que a base do acessório possui uma pequena estrutura chamada âncora, que é um tipo de tarrachinha de brinco achatada, que ajuda a manter o piercing no lugar.
É verdade que o microdermal traz mais riscos de inflamações?
Depende. Segundo Leopoldo Heringer, a falta de cuidados da pessoa aliada a um procedimento mal executado podem causar complicações. “Por se tratar de uma peça superficial no tecido, pode ter movimentação excessiva. Logo, a região pode se machucar, porque o local é mais delicado e necessita de uma fissura maior para o implante da base”, ensina o especialista.
Como é o processo de cicatrização?
A recuperação da pele após uma perfuração é individual. Além disso, o período de cicatrização pode variar de acordo com o local do piercing. No entanto, diz Heringer, o processo exige paciência, pois pode demorar de 6 meses a 1 ano. “É uma cicatrização tranquila quando há cuidados. Mas pode haver inchaço, dor local, vermelhidão, secreção, sangramento e até mesmo, rejeição”, alerta. No caso do corpo expelir a joia, isso acontece por razões diversas. Por exemplo, o organismo possui algum tipo de alergia ao material da joia, não se habitua ao corpo estranho e causa inflamações.
Em contrapartida, mexer muito no piercing, usar roupas apertadas e provocar muito atrito também são fatores de risco para a situação. Para prevenir esse transtorno, é fundamental escolher um profissional de confiança. Nem todo body piercer possui a formação específica para aplicar a técnica do piercing microdermal. Por isso, pesquise as referências e busque pessoas que realizam os procedimentos sob as normas de biossegurança (materiais descartáveis, ambiente esterilizado, uso de equipamentos adequados etc).
Cuidados com o piercing microdermal
Logo depois da perfuração, mantenha o local sempre limpo e seco e siga as recomendações do profissional. “Sempre peço para que se lave a região com sabonete neutro e faça compressas de soro fisiológico, assim como manter um curativo sobre o local nos primeiros dias”, orienta Heringer. E não custa reforçar: mexer no acessório, coçar ou cutucar a região e aplicar produtos desaconselhados pelo body piercer são inimigos da boa cicatrização.
Contraindicações
Apesar de ser versátil, o piercing microdermal possui algumas restrições para determinados locais. Portanto, a dica é não perfurar mãos, pés, locais de dobras, pernas, dedos e outras partes com pouco tecido para aderência do material. Além disso, pessoas com diabetes e outros problemas de coagulação (hemofilia, por exemplo) precisam do aval médico para realizar a intervenção.
Fonte: Leopoldo Heringer, body piercer, membro e diretor da APPBR (Associação de Piercers Profissionais do Brasil).