Pet terapia: como o contato com animais pode ajudar pacientes

Bem-estar Saúde
28 de Dezembro, 2022
Pet terapia: como o contato com animais pode ajudar pacientes

Quem já conviveu com cachorros sabe que a experiência de ter um animalzinho de estimação pode preencher o coração de amor e criar memórias felizes. Agora imagine encontrar um cachorrinho simpático quando se está passando por um momento difícil? Com certeza, esse encontro deixará o seu dia mais leve. A Pet Terapia funciona dessa forma no contexto hospitalar e conta com uma equipe de cachorros terapeutas que prometem inúmeros benefícios para pacientes internados. Continue lendo e descubra quais são.

Leia mais em: Como animais de estimação melhoram a saúde do corpo e mente

O que é Pet terapia?

De acordo com Vanessa Karam, psicóloga do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, a pet terapia, também conhecida formalmente como Cinoterapia, é uma abordagem de tratamento alternativo que contribui com a saúde física e emocional de pacientes utilizando-se do contato com animais. Nesse sentido, o cachorro é o maior agente de promoção de bem-estar ao paciente por meio do estímulo gerado pelo contato com o animal.

“Cães são usados para cuidados com pacientes pediátricos, adultos e geriátricos. Bem como em diferentes diagnósticos luto, autismo, ansiedade, esquizofrenia, transtornos sociais, dificuldades de aprendizagem e oncologia”, afirma a psicóloga. 

Portanto, a terapia assistida por animais (TAA), é uma das buscas alternativas medicinais para auxiliar os pacientes de todas as idades a passar por um momento difícil. Assim, a psicóloga cognitiva comportamental Rejane Sbrissa explica como a dinâmica acontece:

“As sessões ocorrem de 1 a 2 vezes por semana com duração de 60 min cada. É utilizada para amenizar as dores físicas e mentais dos pacientes. Envolve o contato do doente com animais com fim específico para cada caso ,e sempre com acompanhamento dos profissionais da saúde”, afirma.

Benefícios de ter um pet no tratamento

Além de arrancar muitos sorrisos, os pets têm uma função essencial no engajamento em tarefas e terapias dos pacientes e regulação emocional intrapsíquica. Confira abaixo quais são os principais benefícios:

  • Controle de ansiedade, estresse e depressão;
  • Sensação de bem-estar;
  • Mais concentração e memória; 
  • Melhora a socialização e comunicação;
  • Estabelece vínculos afetivos; 
  • Auxilia na prática de atividades físicas. 

O Hospital Beneficência Portuguesa, em que a Psicóloga Vanessa trabalha, oferece a pet terapia para os pacientes. Confira algumas imagens:

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(Imagens cedidas pelo Hospital Beneficência Portuguesa)

Qualquer animal pode participar da Pet Terapia?

A Dra. Vanessa explica que o animal precisa de um treinamento específico e inúmeros fatores são avaliados, principalmente em relação à personalidade. Portanto, cães com perfil dominante e/ou agitados não podem participar da cinoterapia, bem como aqueles que não se relacionam com outros animais.

Além disso, a Dra. Rejane Sbrissa complementa os fatores que são levados em consideração para que um cão participe da cinoterapia.

“Qualquer raça de cães pode ser usada, o que é levado em consideração para se preparar um cão para a terapia é o seu temperamento, que deve ser calmo, pacífico, ter bom relacionamento com pessoas de todas as idades e com outros animais. Portanto, os cães que se enquadram no perfil passam por uma série de treinamentos, exames e avaliações físicas. Assim, eles devem estar sempre saudáveis, vacinados, vermifugados, limpos etc”, afirma Rejane. 

Assim, além de cães, gatos, tartarugas, pôneis e cavalos também podem participar da cinoterapia e ajudar pacientes hospitalizados. 

Leia também: Voluntariado: Afinal, de que forma ele apoia pacientes hospitalizados?

Como recorrer ao tratamento?

Por fim, a Dra. Vanessa explica que a indicação e liberação da cinoterapia pensando no contexto hospitalar deve ser feita por um médico. 

“Hoje em dia, o uso de animais como terapeutas de luto tem mostrado um crescimento com dados positivos no processo. Assim, ao pensarmos num animalzinho, facilmente vamos reacender memórias de amor genuíno. Portanto, ao imaginar um cãozinho num contexto hospitalar perceberemos que desde a recepção, equipe, família e paciente interagem, promovendo não apenas a terapia focal com algum paciente em questão, mas também descompressão de todos que participam de alguma interação com o animal”, complementa a psicóloga. 

Assim, a Dra. Rejane faz um alerta: “É importante lembrar que os animais terapeutas também precisam de atenção e cuidados especiais. Os cachorros precisam de treinamento adequado para cumprir as atividades propostas para cada caso e receber assistência veterinária com controle periódico”, finaliza.

Fontes: Dra. Vanessa Karam, psicóloga do Hospital Beneficência Portuguesa de São PauloDra. Rejane Sbrissa, psicóloga.

Sobre o autor

Tayna Farias
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em gravidez e maternidade

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