Parto autoassistido: quais são os riscos para a saúde da mãe e do bebê?
Parto autoassistido, desassistido, autônomo ou livre: o termo, que define a decisão de algumas mães sobre como dará à luz, tem sido alvo de polêmicas. Isso porque partos sem qualquer tipo de assistência pode trazer riscos para a saúde da mãe e do bebê. Por essa razão, entidades médicas têm contraindicado a prática, reforçando a importância de uma equipe médica, com o apoio de obstetras, parteiras ou enfermeiras. Entenda.
Leia mais: Parto normal após cesárea é seguro? Especialista esclarece
Parto autoassistido: o que é?
Além da falta de acompanhamento médico, o parto autoassistido ocorre em casa ou em outro ambiente não hospitalar. Assim, em geral, a mulher assume a responsabilidade principal pelo nascimento do bebê. Para elas, os profissionais da saúde não têm mais autoridade sobre o que é necessário durante o parto do que a mãe, premissa rejeitada pelos médicos.
Além disso, adeptas a esse modo de dar à luz acreditam que o parto é fisiológico. Por essa razão, seus corpos estão prontos para vivenciá-lo. Na internet, é possível mulheres que optaram pelo parto autoassistido. Uma das líderes de um grupo americano, vende inclusive cursos que ensinam as famílias a terem esse tipo de parto. No entanto, entidades como a Febrasgo e especialistas reforçam o quanto a prática pode ser perigosa.
Riscos
Mesmo que a gestante faça o pré-natal corretamente e não tenha fatores de risco, é possível haver complicações na hora do parto, seja hospitalar ou domiciliar. Por exemplo, o bebê pode não conseguir respirar ou a mulher pode ter hemorragia pós-parto. Nesses casos, a assistência profissional irá determinar o desfecho.
Nesse sentido, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) defendem que o parto deve ser feito em ambiente hospitalar por oferecer mais segurança à mãe e ao recém-nascido.
Isso porque o parto domiciliar está associado a um risco de duas a três vezes maior de morte neonatal quando comparado com o parto hospitalar planejado. Além disso, estudos científicos comprovam que partos realizados em ambiente hospitalar têm menor risco de gerar complicações, o que representa menores taxas de mortalidade e de morbidade para mães, fetos e recém-nascidos.
Do mesmo modo, as complicações hemorrágicas podem acontecer logo após o nascimento do bebê. Assim, quando associada à falta de um acesso rápido a um hospital pode ser fatal para a mãe.
Febrasgo emite nota sobre parto autoassistido
Recentemente, a FEBRASGO emitiu uma nota mostrando-se completamente contrária a qualquer tipo de parto desassistido. “Entende-se que o parto deva ocorrer em ambiente hospitalar e devidamente acompanhado e conduzido por uma equipe multidisciplinar especializada, o que reduz riscos de mortalidade materna e do bebê. O mesmo cenário não é garantido com a condução de um parto não-assistido”, diz a nota.
Além disso, o local do parto deve dispor de condições para atendimento imediato de intercorrências e complicações do parto, estando inserido em sistema de transferência eficaz, rápido e seguro para os casos de necessidade de intervenções cirúrgicas ou cuidados intensivos, para a mãe ou para o recém-nascido.
Referência: Febrasgo e Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Rio Grande do Sul