Parkinson precoce: Renata Capucci revela diagnóstico aos 45 anos

Saúde
27 de Junho, 2022
Parkinson precoce: Renata Capucci revela diagnóstico aos 45 anos

A doença de Parkinson é uma condição neurológica que afeta as funções cerebrais de forma progressiva, como a produção da dopamina, por exemplo. Trata-se do neurotransmissor responsável pelos impulsos nervosos e por facilitar os comandos do cérebro para outras partes do corpo, como abrir e fechar as mãos, mexer braços e pernas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1% da população mundial acima de 65 anos é portadora do distúrbio. No entanto, quando a doença surge em pessoas mais jovens, é chamada parkinson precoce. Assim, de 10% a 15% dos casos ocorre em pessoas com menos de 50 anos. Entenda.

Leia mais: Doença de Parkinson: tudo sobre a condição e seus cuidados

Renata Capucci revela diagnóstico de parkinson precoce

A jornalista da TV Globo Renata Capucci descobriu o parkinson precoce aos 45 anos, em 2018. Atualmente com 49, ela revelou detalhes sobre a convivência com a condição. “Eu tenho orgulho da maneira como eu encaro essa doença, porque eu encaro ela de frente hoje. Já passei por todas as fases, da depressão, da negação. Hoje, eu estou na fase cinco que eu olho essa doença de frente e eu falo assim: ‘Senhor Parkinson, eu tenho você, você não me tem’. Eu faço tudo o que eu posso de exercício, de remédio e eu tenho uma vida positiva”, contou.

De acordo com a entrevista ao podcast do Fantástico, a jornalista da TV Globo começou a perceber os sintomas no período em que participou do programa da emissora Popstar, com sinais ligados à locomoção e movimentos involuntários de partes do corpo.

“Eu comecei a mancar e as pessoas falavam para mim: ‘Por que você está mancando, Renata?’. E eu falava: ‘Eu não estou mancando’. Eu não percebia que eu estava mancando. Aí fui fazer fisioterapia, osteopatia e a coisa não mudou. E aí em um dado momento, no meio do Popstar, depois do sexto programa, eu estava em casa e o meu braço subiu sozinho, enrijecido. E o meu marido que é médico, logo depois do programa, me levou para um hospital que tinha emergência neurológica e eu fui diagnosticada com Parkinson. Aquilo caiu como uma bigorna em cima da minha cabeça”, desabafou a jornalista.

Quais são as causas do Parkinson?

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que há, aproximadamente, 16 a 19 casos de Parkinson a cada 100 mil pessoas, por ano. A entidade destaca a condição como um fardo para a Saúde Pública, já que calcula um aumento nos próximos anos. Ao lado do Alzheimer, outra condição neurodegenerativa, o Parkinson deve superar o câncer como a causa de morte mais frequente até 2040, de acordo com a OMS.

Os motivos que levam à degeneração das células nervosas ainda são desconhecidos. No entanto, presume-se que fatores genéticos ou ambientais possam estar por trás. Entretanto, quando a doença surge precocemente, é, em geral, relacionada ao histórico familiar.

Quais são os sintomas?

Os sintomas do parkinson precoce são semelhantes aos relatados em idades mais avançadas. Porém, de acordo com especialistas, a distonia – contrações involuntárias dos músculos – é mais frequente nesses casos, bem como a discinesia, movimentos corporais involuntários, como foi o caso de Renata Capucci ao mexer o braço sem perceber. Entre os principais sintomas do Parkinson, estão:

  • Tremor de repouso (quando a mão está parada);
  • Lentidão motora;
  • Rigidez entre as articulações;
  • Desequilíbrio;
  • Comprometimento da memória;
  • Diminuição do olfato;
  • Alterações intestinais e no sono.

A doença de Parkinson não tem cura, mas é manejável com medicamentos que repõem em parte a dopamina que não está sendo produzida. Recomenda-se, aliás, a prática regular de atividade física e o acompanhamento por uma equipe multiprofissional formada por fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicólogo e nutricionista.

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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