Paralisia facial: por que (e quando) acontece?
Imagine acordar e, ao olhar para o espelho, deparar-se com o rosto paralisado ou mesmo disforme? Uma situação terrível e indesejável que parece cena de filme. Contudo, essa situação não está restrita apenas à ficção, infelizmente. A cada ano, estima-se que cerca de 80 mil brasileiros vivam esse drama, na vida real com a paralisia facial. A seguir, saiba mais sobre a condição.
Paralisia facial: o que é?
A paralisia facial idiopática, também chamada de paralisia de Bell, é uma emergência médica e deve fazer o paciente procurar um pronto-socorro para o primeiro atendimento o quanto antes. Ela é caracterizada pelo enfraquecimento ou total paralisia dos músculos de um dos lados da face.
Segundo o Dr. José Ricardo Gurgel Testa, otorrinolaringologista do Hospital Paulista e especializado neste tipo de atendimento, esse tipo de alteração está diretamente associada à inflamação ou inchaço do nervo facial. E complementa: “a precocidade do diagnóstico e tratamento é fator crucial no resultado de melhora ou cura”.
A recomendação, aliás, a quem tiver problema do gênero, é ir imediatamente ao hospital. Na maioria das vezes, esses casos são reversíveis. Só que é preciso rapidez no diagnóstico.
Sintomas
A paralisia facial não causa sintomas adjacentes a não ser a própria perda dos movimentos de um dos lados da face — que pode ser total ou parcial. Com o movimento restrito, o paciente pode ter dificuldades para mexer as áreas do rosto, como sobrancelhas, olhos e boca.
“Quando afetado por alguma razão, esse nervo provoca sintomas como boca torta, dificuldade para movimentar o rosto e/ou falta de expressão em uma parte da face, o que também pode alterar de forma marcante a comunicação e a autoestima das pessoas”, enfatiza o médico.
Assim, segundo o Ministério da Saúde, a depender da gravidade da paralisia, a perda de movimento também pode alcançar a orelha e mandíbula, comprometendo o paladar e gerando dor de ouvido, hipersensibilidade auditiva, redução de saliva e até redução da produção de lágrimas.
Principais causas
Até o momento, a causa exata da paralisia não foi identificada, mas sabe-se que a condição pode estar relacionada aos seguintes fatores:
- Estresse e ansiedade;
- Alteração de temperatura;
- Imunidade baixa;
- Doença de Lyme;
- Herpes simples ou zoster;
- Epstein-Barr ou mononucleose;
- Caxumba;
- Rubéola;
- Epstein-Barr ou mononucleose;
- Citomegalovirus;
- Tumores;
- Por fim, traumas.
Veja também: Síndrome de Moebius: a condição genética que causa paralisia facial
Tipos de paralisia facial
Existem dois tipos principais de paralisias da face: as centrais, ou seja, do sistema nervoso central, que são decorrentes de AVC (acidente vascular cerebral), doenças degenerativas ou tumores; e as paralisias faciais periféricas, que podem ser traumáticas, infecciosas, congênitas, tumorais, metabólicas e também idiopáticas – conforme já destacado anteriormente.
“Cada uma tem um tipo específico de tratamento que deve ser orientado pelo médico. Assim, alguns pacientes necessitam de exames auxiliares, como audiometria e impedanciometria, exames de imagem (tomografia computadorizada e ressonância magnética) e eletrofisiológicos, além de exames laboratoriais, até chegar ao diagnóstico exato”, observa o especialista.
Como identificar?
Na maioria das vezes, contudo, o diagnóstico da paralisia facial é feito por meio da observação médica. “O sintoma que mais chama a atenção é a perda súbita, parcial ou total dos movimentos de um lado da face, mal que pode agravar-se durante alguns dias seguidos.”
Assim, o médico também chama a atenção para sinais como boca torta, mais evidente quando se tenta sorrir; incapacidade de fechar completamente um dos olhos, de levantar uma das sobrancelhas ou de franzir a testa; dor ou formigamento na cabeça ou na mandíbula; e aumento da sensibilidade do som em um dos ouvidos, além alterações do paladar.
Tratamento
A maioria dos casos de paralisia facial é transitória e existem vários tratamentos possíveis, a depender das causas. “O tratamento da paralisia facial periférica é sintomático e inclui o uso de medicamentos, fisioterapia e fonoaudiologia. Não existe uma conduta terapêutica padrão à doença. Portanto, depende de cada caso”, aponta o médico.
Dessa forma, a melhora pode depender do tipo e da extensão do dano sofrido pelo nervo facial, das condições clínicas e da idade do paciente. Em grande parte dos casos, a paralisia facial costuma regredir à medida que o inchaço do nervo diminui espontaneamente.
Nesse contexto, segundo o médico, a fisioterapia e fonoterapia são importantes aliadas para estimular a musculatura da mímica facial e da fala, bem como evitar contraturas e atrofia das fibras musculares.
Fonte: Dr. José Ricardo Gurgel Testa, otorrinolaringologista do Hospital Paulista.
Referência: Hospital Paulista de Otorrinolaringologia.