Como contar para as crianças que o Papai Noel não existe
O natal é uma das datas mais esperadas pelas crianças. Isso porque neste dia, o Papai Noel surge para entregar os presentes. Mas como saber qual é o momento certo para contar às crianças que a figura não existe?
De acordo com a psicóloga, jornalista e assessora de imprensa, Priscilla Silvestre, o momento certo é quando a criança passa a questionar a existência dele. “Muitos pais se preocupam com o fator da idade, entretanto, o que deve ser levado em conta é a ilusão dessa crença. Enquanto a criança acreditar que é possível um senhor de idade viver no meio do gelo, ter ajudantes duendes, entregar presentes voando em um trenó e comprar ou fazer presentes para todas as crianças do mundo, além de saber se tal criança estudou, se comportou, não falou palavrão e etc, é claro que esse menino ou essa menina deve continuar considerando toda a magia do Papai Noel”, explica.
Assim, a especialista ressalta que conforme a criança vai crescendo, a dúvida vai surgindo. Pois ela começa a perceber que alguns fatos não se encaixam, como por exemplo, a quantidade de brinquedos para todas as crianças do mundo e os trenós voadores. Além disso, os pequenos podem até questionar o porquê de algumas crianças ganharem presentes e outras não.
“E é nessa hora que os pais devem contar às crianças sobre esses mitos, só que aos poucos. Jamais devemos eliminar toda essa magia, até porque essa crença faz parte da vida da criança desde que ela nasceu. Então, pode-se começar perguntando: Você já viu rena no Brasil? Ou elas voando? Isso é só uma história para deixar o Natal mais bonito”, diz.
Idade em que as crianças costumam desacreditar no Papai Noel
Um estudo da Universidade de Exeter, no Reino Unido, mostrou que as crianças costumam perder a fé no Bom Velhinho aos 8 anos. Batizado de “Santa Survey” (ou “Pesquisa do Papai Noel”), o estudo analisou o relato de 4.200 pessoas de países diferentes sobre o momento em que descobriram que o morador do Polo Norte e suas renas não passavam de uma lenda.
Segundo o autor do projeto, Chris Boyle, 15% dos entrevistados admitiram ter sentido raiva ao descobrir que Papai Noel é só uma fantasia. Sendo assim, três em cada dez participantes da pesquisa disseram que, à época da revelação, passaram a confiar menos nos adultos.
“Com 8 anos, as crianças já se desenvolveram intelectualmente, e os adultos concluem que elas podem ser informadas sobre a verdade”, explica Boyle. “Recebi histórias muito interessantes sobre meninos que perceberam que Papai Noel não existia ao ver que sua caligrafia é a mesma de seu pai ou de sua mãe. Também há meninos que perguntam como um homem gordo pode descer pela chaminé ou por que um estranho pode entrar na casa. Além disso, os pais não são capazes de dizer por que as crianças ricas recebem presentes melhores do que as pobres”, afirma.
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Acreditar no Bom Velhinho pode prejudicar o amadurecimento das crianças?
Ainda de acordo com Priscilla, o fato de as crianças acreditarem na figura natalina não afeta em questões como o amadurecimento.
“Até porque acreditar e desacreditar fazem parte da natureza de cada criança e de seu próprio amadurecimento. E quando elas descobrem que o Papai Noel não existe, elas enxergam que o que não existe é aquela figura do bom velhinho, morador do Polo Norte, que vem com o saco vermelho cheio de presentes na noite de Natal. Entretanto, elas acabam descobrindo que os pais eram seu Papai Noel, que aquela pessoa que se vestia como ele na noite do Natal era um tio, um avô ou o próprio pai. E muitas crianças tendem a admirar ainda mais a dedicação da família em torno de toda essa magia”
O que responder para uma criança quando ela fica em dúvidas sobre a existência do Papai Noel?
Esse momento sempre chega. Por isso, é importante saber como agir diante do questionamento sobre a existência do Papai Noel.
“O mais correto é perguntar o motivo da dúvida e avaliar se vale a pena ou não contar a verdade. Se foi o coleguinha de classe que falou e a criança parecer inconformada, os pais podem dizer: ‘Ué, mas você não falou com ele nessa semana mesmo lá no shopping?’ ou ‘Vamos vê-lo no shopping logo, logo’, caso seja a época de Natal. Mas se a criança já trouxer traços de conformidade e certeza na afirmação, é hora de abrir o jogo. Contudo, como eu disse, sempre da maneira mais lúdica possível”, finaliza a profissional.
Fonte: Priscilla Silvestre, psicóloga, jornalista e assessora de imprensa.