Pandemia causou envelhecimento cerebral de adolescentes, diz estudo
A pandemia trouxe muitos prejuízos ao mundo em todos os aspectos. Diversos estudos mostram os revezes desse momento histórico para a saúde física e mental. O mais recente, no entanto, revelou que a pandemia causou o envelhecimento do cérebro de adolescentes. Tal achado provavelmente se deve ao estresse emocional associado ao isolamento social em uma fase tão importante da vida.
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Como pandemia causou o envelhecimento do cérebro?
Cientistas da Universidade de Stanford avaliaram o cérebro de 163 adolescentes antes e depois do isolamento social da pandemia. Para investigar o órgão, os pesquisadores realizaram exames de ressonância magnética nos participantes durante o estudo.
Como resultado, observaram que o cérebro dos adolescentes teve um envelhecimento acelerado. Ou seja, os jovens apresentaram um cérebro três anos mais “velho” para suas idades ao final do estudo.
Além disso, os indivíduos apresentaram sintomas de depressão e ansiedade, dois quadros que cresceram expressivamente durante pandemia. Por isso, os cientistas creem que a saúde mental influenciou o envelhecimento precoce. Contudo, são apenas hipóteses — os autores não sabem se as alterações emocionais realmente prejudicaram a estrutura cerebral.
Envelhecimento do cérebro na adolescência pode não ser tão ruim
De acordo com os cientistas, o desgaste cerebral pode não ser tão nociva aos jovens, se comparado com pessoas de idade avançada. Afinal, idosos estão mais sujeitos ao declínio cognitivo capaz de comprometer a qualidade de vida. Já em jovens de 16 anos, o impacto pode ser menor.
Outro questionamento da pesquisa é se o envelhecimento cerebral é algo permanente. Para avaliar se os efeitos são definitivos ou não, os pesquisadores pretendem refazer uma análise dos participantes quando completarem 20 anos.
Os resultados do experimento atual estão disponíveis no Biological Psiquiatry: Global Open Science.
Quais outros problemas a pandemia trouxe à população mundial?
Não foram só os jovens que sentiram os mudanças negativas da crise sanitária. O medo diante de uma situação que dizimou milhões de pessoas provocou feridas profundas em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o estresse coletivo gerou experiências traumáticas, principalmente entre quem perdeu entes queridos.
Por essa razão, a saúde mental se tornou uma preocupação para a entidade, já que os transtornos emocionais se agravaram significativamente.
A mudança brusca de rotina também alterou o modo como nos relacionamos com outras pessoas, reduziu a capacidade de socialização e até o sono. Principalmente crianças e jovens que vivem uma fase essencial para se criar laços e amizades. Dessa forma, é importante cuidar da saúde mental: buscar ajuda profissional e priorizar atividades de bem-estar são essenciais nesse sentido.