Pacientes com demência escondem suspeita no início do quadro
A demência é um conjunto de doenças que deterioram o sistema nervoso, causando uma série de sequelas a médio e longo prazo: perda de memória, da coordenação motora e da autonomia para realizar tarefas simples. De acordo com o Ministério da Saúde, estima-se que 1,2 milhão de pacientes convivam com algum tipo de demência. Além disso, 100 mil novos casos são diagnosticados por ano. Em escala global, o número chega a 50 milhões de pessoas.
Embora seja uma doença comum, a demência é um diagnóstico que pode desestabilizar qualquer indivíduo.
Por essa razão, pacientes com demência e até mesmo familiares que suspeitam de sintomas de um ente querido costumam esconder essa constatação.
É o que sugere uma pesquisa da Alzheimer’s Society, no Reino Unido. A associação mostrou que, dos mais de 1 mil entrevistados, 33% omitiram que notaram sintomas em si próprios, em familiares e amigos. Em média, o silêncio sobre a inquietação durou um mês. A principal razão é o medo do futuro, que se manifestou em 23% dos indivíduos.
Afinal, dependendo do caso, o quadro pode avançar rápido e mudar completamente a vida de alguém e dos demais ao seu redor. No entanto, o receio ocasionou na demora de mais de seis meses para buscar auxílio profissional.
Em contrapartida, 15% venceram essa barreira e falaram abertamente sobre a possibilidade de demência logo nos primeiros sintomas.
Pacientes com possível demência ainda têm dificuldade de observar os sintomas
Além do medo, os respondentes da pesquisa afirmaram que, quando perceberam os sinais da demência começaram a surgir, pensaram que eram algo natural da velhice.
Veja também: Afinal, teste de gravidez de farmácia é confiável?
Quanto mais cedo o diagnóstico, melhor
Geralmente, o processo de demência afeta pessoas a partir de 65 anos. A mais conhecida é a doença de Alzheimer, que provoca a neurodegeneração progressiva, a ponto de incapacitar o paciente de viver sozinho. Coisas simples, como vestir uma roupa, lembrar-se de um parente ou fato são evidências da enfermidade, que infelizmente não tem cura.
Todavia, quando o diagnóstico ocorre precocemente, é possível prolongar a qualidade de vida. O uso de medicamentos que ajudam a frear a degeneração das células nervosas são o principal recurso.
Porém, se a condição é descoberta em estágio mais avançados, os fármacos disponíveis atualmente não apresentam eficácia. Então, quanto antes houver ajuda médica, melhor será a expectativa de vida e o planejamento para ter mais conforto em todas as fases da doença.
Outra parte essencial dessa jornada é o apoio psicológico e familiar, fundamental para o enfrentamento dos desafios da demência. Da parte dos familiares e amigos, acolher os pacientes com demência reduz a sobrecarga e o medo do futuro.