Otosclerose: entenda a doença que causou perda de audição em Adriane Galisteu

Saúde
16 de Setembro, 2024
Otosclerose: entenda a doença que causou perda de audição em Adriane Galisteu

A apresentadora Adriane Galisteu, de 51 anos, que comanda o programa A Fazenda, na TV Record, revelou em uma entrevista ao podcast Podcringe que sofre de otosclerose, uma doença que afeta os ossos do ouvido médio. Pela efermidade, Galisteu já perdeu cerca de 60% de sua audição.

No programa, a apresentadora revelou: “Estou com a audição muito menor. É uma doença horrível e não sei de onde ela veio, estou procurando algum médico ainda que possa ser especialista neste assunto para falar sobre isso porque não tem e não conheço tratamento”.

O que é a otosclerose?

A otosclerose é uma doença que afeta o ouvido médio, caracterizada pelo crescimento anormal de tecido ósseo ao redor dos ossículos, especialmente o estribo, um pequeno osso responsável por transmitir as vibrações sonoras ao ouvido interno. Essa condição impede o movimento adequado dos ossículos, resultando em perda gradual de audição.

De acordo com a Dra. Nathália Prudencio, médica otorrinolaringologista, especialista em tontura e zumbido, a causa da otosclerose ainda não é estabelecida. No entanto, a comunidade científica sugere hipóteses como fatores genéticos, hormonais e viral. Comenta-se também que a otosclerose é uma doença autoimune, porém, não há comprovações.

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“A otosclerose acomete mulheres duas a três vezes mais do que homens, principalmente mulheres em idade fértil, e apesar da hipótese de uma influência hormonal na otosclerose, ainda há controvérsias quanto a sua piora durante a gravidez”, explica a otorrinolaringologista.

Sintomas da otosclerose

Os sintomas mais comuns da otosclerose incluem dificuldade para ouvir sons de baixa frequência e um zumbido persistente no ouvido, também chamado de tinnitus, que pode variar de intensidade e constância. Além disso, em alguns casos, a pessoa também pode sentir episódios de tontura e vertigem.

Como explica a Dra. Nathália Prudencio, a perda auditiva na otosclerose é, em grande parte, do tipo condutiva bilateral, o que significa que o paciente pode ter dificuldade para entender conversas e sentir a necessidade de aumentar o volume de aparelhos eletrônicos. A ausência de audição tende a piorar lentamente e, em certas situações, como durante a gravidez, pode se agravar devido às mudanças hormonais.

Diagnóstico

Dra. Nathália Prudência enfatiza a importância de um diagnóstico preciso para o manejo da otosclerose. “É fundamental que qualquer pessoa com sintomas auditivos, como dificuldade de audição ou zumbido nos ouvidos, busque ajuda médica prontamente, especialmente se houver histórico familiar de perda auditiva”, afirma a especialista.

O processo diagnóstico inclui uma análise do histórico médico, exames físicos e audiológicos, como audiometria e timpanometria, para avaliar a função auditiva e dos ossículos do ouvido médio. Exames de imagem, como a tomografia computadorizada, podem ser necessários para confirmar o diagnóstico. O diagnóstico precoce pode prevenir a progressão da doença e possibilitar um tratamento mais eficaz.

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Tratamentos

A otosclerose não exige cuidados exclusivos, conforme explica a médica. Pacientes devem adotar precauções semelhantes às recomendadas para outros tipos de perda auditiva, como evitar a exposição a ambientes com ruídos excessivos e o uso de medicamentos que possam prejudicar a audição, conhecidos como ototóxicos. Esses cuidados são essenciais para prevenir a progressão da condição.

Cirurgia de estapedotomia

“O tratamento da otosclerose poderá incluir a cirurgia que se chama estapedotomia, a depender da avaliação médica. Na cirurgia, é feita a substituição de um dos ossículos dentro ouvido médio, que é responsável pela condução do som, que é o estribo. Esse ossículo na otosclerose fica mais rígido comprometendo assim a transmissão correta do som”, explica a médica, que completa: “Essa cirurgia pode ser indicada mesmo diante de perda auditiva leve ou moderada”.

Aparelho de amplificação sonora e implante coclear

Outra alternativa de tratamento é o uso de aparelhos auditivos, que amplificam os sons e ajudam a compensar a perda auditiva. Para casos mais graves, onde a audição está severamente comprometida, o implante coclear pode ser uma opção.

Esse implante é um dispositivo eletrônico que substitui a função da cóclea danificada, enviando sinais diretamente ao nervo auditivo. A cóclea é uma estrutura espiral localizada no ouvido interno que converte as ondas sonoras em sinais elétricos que são enviados ao cérebro.

Ao contrário dos aparelhos auditivos tradicionais, que apenas amplificam o som, o implante coclear estimula eletricamente o nervo auditivo, permitindo que o cérebro interprete os sons de maneira mais eficaz.

Fonte: Dra. Nathália Prudencio é médica otorrinolaringologista, especialista em tontura e zumbido. Possui título de especialista em Cirurgia Cérvico Facial pela ABORL-CCF. – CRM-SP 203299

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