Otite de verão: o que é e como proteger os ouvidos da condição
Com a chegada da estação mais quente do ano, o convite para ir à praia bem como à piscina é mais do que bem-vindo. No entanto, o momento de lazer pede atenção, principalmente em relação aos ouvidos. De acordo com otorrinolaringologistas, o período pode ser marcado pela chamada otite de verão.
Veja também: Por que sinto dor de cabeça ao fazer dieta?
As causas da otite de verão
Também chamada de otite externa, a condição pode ser causada pelo contato prolongado com água do mar, rio e piscina. “Como o canal auditivo é bastante estreito, a água entra e não seca totalmente, deixando a pele muito úmida e gerando fissuras que levam às infecções”, explica a otorrinolaringologista Maura Neves, da USP.
Além do contato com a água, segundo a otorrinolaringologista Roberta Pilla, membro da ABORL-CCF, o indivíduo acaba mais suscetível à otite externa se há algum trauma na orelha. Ou seja, quando ele utiliza cotonetes e outros objetos — por exemplo, palitos, grampos e tampas de caneta — para cutucá-la.
Dessa forma, o traumatismo na região associado a retirada do cerume, secreção que serve para proteger o canal auditivo, podem aumentar a ocorrência da otite de verão. “Além disso, eczema, descamação no conduto auditivo externo, alergias e psoríase também estão relacionados à condição”, completa a otorrinolaringologista Roberta.
Sintomas da condição
O diagnóstico final da otite externa demanda avaliação médica para que, então, o paciente possa passar pelo tratamento adequado. No entanto, suspeita-se da condição a partir de alguns sintomas. Principalmente:
- Sensação de ouvido tampado.
- Perda de audição.
- Dor aguda.
- Zumbido.
- Tontura.
- Febre.
“Na maioria dos casos, a perda auditiva é transitória e o paciente volta a ouvir normalmente no final do tratamento. Porém, há casos em que o tímpano é perfurado e a perda auditiva pode perdurar”, alerta Maura Neves.
Tratamentos para a otite de verão
Para reverter a situação, é importante procurar por um especialista — ou seja, um otorrino. Assim, ele receberá a orientação adequada para tratar a otite de verão.
Normalmente, o tratamento é feito com remédios prescritos pelo médico. Além disso, dependendo gravidade do quadro, recomenda-se ficar em torno de dez dias longe da água do mar, bem como de piscinas.
Contudo, se o tratamento não for feito corretamente, a situação pode complicar. “Ela pode evoluir para piora do quadro infeccioso, com infecções maiores e mais profundas, e até mesmo com lesão óssea e cartilaginosa. Além disso, ela pode resultar em problemas na audição, como perda auditiva, zumbido, e sensação de abafamento”, enumera Roberta.
Dicas para prevenir a otite de verão
Com a consciência de que o problema pode surgir na estação mais quente do ano e atrapalhar momentos de lazer, é importante agir na prevenção do problema. Para isso, a dra. Maura lista seis dicas de como evitar a otite de verão. Confira!
1. Após nadar, seque os ouvidos com a ponta de uma toalha.
2. Se sentir presença de água dentro do conduto, deite a cabeça de lado e, então, encoste a orelha em uma toalha para a saída do líquido.
3. Se a água não sair e houver secreção no ouvido, que pode ser escura ou amarelada, busque um otorrinolaringologista.
4. Evite o uso de hastes flexíveis dentro do ouvido: elas servem apenas para limpar a parte externa da orelha. Portanto, não devem ser introduzidas no canal auditivo.
5. O ouvido úmido pode causar coceira, mas é extremamente importante não colocar nenhum tipo de objeto dentro do ouvido para aliviar a sensação. É preciso prestar atenção, sobretudo nas crianças, para que não se machuquem.
6. Por fim, em caso de dores, não se deve pingar remédios caseiros. Apenas o médico poderá dar a orientação adequada.