Olhar para celular induz outra pessoa a fazer o mesmo, diz estudo
Você já mexeu no celular logo após olhar outra pessoa fazendo o mesmo? Isso é tão comum quanto parece. Um estudo feito na Universidade de Pisa, na Itália, mostrou que interagir com o celular em público induz outras pessoas a repetirem a ação impulsivamente.
Esse mecanismo é conhecido como mimetismo humano ou “efeito camaleão”. Dessa maneira, ocorre quando imitamos subconscientemente as posturas, expressões faciais e outros comportamentos das pessoas que interagimos. Como por exemplo, o bocejo “contagioso”, quando uma pessoa boceja em resposta a outra que o fez.
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Olhar para o celular realmente é um mimetismo?
A pesquisa, que foi publicada em abril no Journal of Ethology, contou com a participação de 184 pessoas – sendo 96 homens e 88 mulheres.
Assim, eles foram observados entre maio e setembro de 2020 em seus ambientes sociais naturais durante a realização de atividades diárias. Como no trabalho, cinemas, academias, restaurantes, festas, parques públicos e ambientes familiares.
Os pesquisadores analisaram os participantes submetendo-os a dois estímulos diferentes, sem que eles soubessem. Na condição experimental, o experimentador mexia no próprio smartphone, passando o dedo na tela, enquanto olhava para ela por pelo menos cinco segundos. Enquanto o teste era realizado, metade das pessoas próximas a ele olharam para o celular cerca de 30 segundos após visualizarem.
Já na segunda condição, chamada de controle, o participante também usava seu smartphone mexendo e passando o dedo na tela. Mas dessa vez, sem olhar para a tela. Nesta situação, apenas 0,5% das pessoas ao redor olharam para o próprio telefone em seguida.
Através disso, os pesquisadores conseguiram chegar a conclusão de que prestar atenção no telefone ativa o mimetismo.
“Não sabemos se nossas descobertas estão relacionadas ao período antes do isolamento social, no qual as pessoas dependiam quase inteiramente de seus dispositivos para se manter em contato com outras pessoas e manter seus laços sociais.” explicam os autores do estudo.
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