Óleo de amendoim: veja benefícios para a saúde
O óleo de amendoim é extraído da planta Arachis hypogaea, uma leguminosa nativa da América do Sul. O alimento é popular em bares, estádios e restaurantes por todo o País. Afinal de contas, quem não gosta de petiscar um amendoinzinho? O produto é tão parte da nossa cultura que existe até um projeto de lei para tornar 13 de setembro o Dia Nacional do Amendoim.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), anualmente, o Brasil produz 747 mil toneladas de amendoim. Cerca de 90% dessa produção vêm do Estado de São Paulo, com destaque para as cidades de Tupã (13,6%), Marília (12,7%) e Jaboticabal (12,2%).
Dessa produção, são extraídas 87 mil toneladas de óleo. Desse total, 60% é exportado, sendo a China o maior comprador. Segundo o professor Simão Davi Silber, da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA) da USP, isso ocorre por conta da alta demanda e mercado consumidor, já que a região possui complicações geográficas:
“A China é muito pobre em recursos naturais. Isso porque está cheia de desertos e grandes altitudes por causa do Himalaia. Portanto, não tinha condição de alimentar uma população que abandonou o campo e que hoje são mais de 500 milhões de pessoas que vivem nas cidades. Depende de quê? Da importação”.
Leia mais: Receitas com pasta de amendoim: 4 opções fit e rápidas!
Óleo de amendoim: popular e nutritivo
O óleo de amendoim, além de importante para a balança comercial, também pode auxiliar nosso corpo a manter o equilíbrio. De acordo com Juliana Gimenez Casagrande, nutricionista e doutora em Ciência dos Alimentos, a popularidade do amendoim já é um aspecto positivo do ponto de vista nutricional.
“O amendoim entra dentro de uma classificação de gosto muito popular. É muito comum as pessoas comerem amendoim e gostarem. Ele cabe muito bem para eventos, reuniões… Ele tem essa conotação de petisco e isso, para nutrição, já é algo muito muito bom, porque a gente estuda muito a questão do relacionamento com o alimento e não simplesmente o que ele tem de vitamina e mineral,” explica Juliana.
Para além do valor afetivo, o amendoim (e o óleo extraído dele) é rico em vitamina E, que tem relação com o rejuvenescimento celular e a manutenção da saúde física e mental. Além disso, contém antioxidantes como o resveratrol, que previne doenças como o Alzheimer, ao desintoxicar o corpo de moléculas nocivas.
O maior benefício do amendoim, segundo a doutora Juliana, é a presença das gorduras poli insaturadas, especialmente o Ômega 6: “Já tem diversos estudos comprovando boas atividades fisiológicas e metabólicas do Ômega 6. Por exemplo, para o sistema imunológico, parte estética, saúde cardiovascular e muitas outras”.
Leia mais: Ômega 3: Para que serve, benefícios e como tomar
Bom para frituras
A doutora explica também que o óleo de amendoim possui um ponto de fumaça alto (232 ºC, segundo o Guia Michelin). Isso o torna ideal para frituras: “O ponto de fumaça é o momento em que o óleo começa a degradar, que ele começa a oxidar e a formar toxinas. Uma delas é a acroleína, que já tem indícios de um possível poder cancerígeno”.
Portanto, quanto maior for o ponto, mais tempo o óleo pode fritar sem gerar toxinas. O óleo de amendoim é tão resistente quanto o de soja, o mais utilizado para esse fim. Além disso, é bem mais resistente que o azeite de oliva.
Contudo, a especialista explica que o amendoim é rico em gorduras e deve-se ter cuidado com o consumo das gorduras. “Lipídio (molécula da gordura) é calórico. Assim, na comparação com os demais macronutrientes, fornece nove calorias por grama. Então, esse é o maior cuidado, de não ficar ali petiscando e achando que está tudo bem, porque isso no final do dia pode aumentar bastante o consumo calórico”.
Por fim, o ideal é buscar o equilíbrio no consumo. “De repente variar com a oleaginosas, que são castanhas, nozes e harmonizam muito bem com amendoim. A ideia é ter variedade. Essa é a grande construção de uma boa alimentação” conclui Juliana.
Fonte: Jornal da USP.