Obsessão por filtros pode causar distúrbios de imagem

Bem-estar Equilíbrio
20 de Outubro, 2020
Obsessão por filtros pode causar distúrbios de imagem

Nariz mais fino, cílios maiores e imperfeições escondidas. Os filtros que mudam a aparência nas redes sociais estão sendo cada vez mais utilizados. Mas até que ponto isso é saudável?

No Instagram, por exemplo, há milhares de filtros para serem usados. Contudo, a maioria distorce a imagem das pessoas. Para alguns, postar uma foto ou stories com filtro é apenas uma distração, mas para outros, virou algo mais sério: uma obsessão.

A psicóloga Sheilla Queiróz, da Clínica Maia, alerta que, na maioria dos casos, o uso dos filtros está relacionado à busca de aprovação, que pode estar ligada aos padrões de beleza impostos pela sociedade, ou até mesmo a uma dificuldade de autoaceitação.

“A partir do momento em que a autoestima é afetada, é possível detectar uma disfuncionalidade no indivíduo, o que pode se exacerbar e causar problemas relacionados à saúde mental” explica a especialista.

Leia também: Como influenciadores nas redes sociais afetam sua saúde mental

Cirurgias plásticas e os filtros

A tecnologia avança todos os dias e, com as selfies, as pessoas estão o tempo todo buscando imperfeições em seus rostos. Os filtro são vistos como aliados, pois essa ferramenta cobre os “defeitos” encontrados e tende a aumentar a autoestima.

No entanto, a necessidade de editar a própria imagem faz com que o indivíduo acredite que deve ter aquela aparência, criando uma realidade paralela. A partir disso, aumenta a procura por procedimentos estéticos, como aplicação de toxina botulínica, de ácido hialurônico e cirurgias plásticas. Especialmente por jovens e adultos com transtorno dismórfico corporal.

O  transtorno dismórfico corporal  é um transtorno mental caracterizado pela preocupação obsessiva com o próprio corpo. Assim, quem sofre dessa condição tem a percepção de um defeito imaginário na aparência, o que faz com que acredite que todos percebem essa anomalia. 

Leia mais em: Dismorfofobia: Transtorno dismórfico corporal

De acordo com um estudo divulgado pela ISAPS – Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética, no ano de 2018, o Brasil registrou a realização de mais de 1 milhão de cirurgias plásticas, além de 969 mil tratamentos estéticos não cirúrgicos.

 A insatisfação com a própria imagem pode levar ao isolamento social e até mesmo a depressão. Portanto, para evitar que isso aconteça, o recomendado é buscar ajuda de um psicólogo para cuidar da saúde mental, através da terapia.

Em casos mais graves, se houver sintomas depressivos e ansiosos associados, pode ser recomendado o uso de medicamentos.

Fonte: Sheilla Queiróz, psicóloga da Clínica Maia.

Sobre o autor

Julia Moraes
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em fitness, saúde mental e emocional.

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