Obesidade infantil e coluna: entenda os riscos para as crianças

Saúde
22 de Janeiro, 2024
Obesidade infantil e coluna: entenda os riscos para as crianças

O excesso de peso é um fator diretamente prejudicial ao surgimento de dores na coluna, quadril, pernas e muitas outras condições crônicas, como a obesidade infantil. No caso das crianças e adolescentes, é fundamental identificar e tratar precocemente. Assim, evita problemas no desenvolvimento dos pequenos.

Uma em cada três crianças no país entre cinco e nove anos está acima do peso recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Até setembro de 2022, o país registrou mais 340 mil novos casos, em uma quantidade que cresceu significativamente com a pandemia.

Boa parte desses números revelam maus hábitos não apenas no que tange a alimentação, mas também à falta de exercícios físicos. O sedentarismo aumentou ainda mais com o isolamento social durante a pandemia. Trata-se, inclusive, de um dos fatores que agrava a obesidade e os problemas ortopédicos. Somam-se também fatores genéticos e hormonais e até problemas psicológicos, que alteram o comportamento da criança e geram compulsões alimentares. Em um estudo feito pela faculdade de medicina da USP, a pandemia foi responsável por cerca de 36% dos casos de depressão nesses pacientes.

As consequências para o agravamento da obesidade infantil são nítidas, cuja longa exposição sem o tratamento adequado pode desencadear problemas cada vez mais graves para a qualidade de vida dos pequenos conforme seu crescimento. Essa relação foi, inclusive, comprovada em uma pesquisa feita pela Gallup Organization (EUA) com mais de um milhão de pessoas, a qual relatou que a obesidade pode aumentar a incidência de dores ósseas, musculares e articulares, como artrite, fibromialgia e, claro, desconfortos na coluna.

Leia mais: Obesidade infantil: Causas, riscos e como prevenir o problema

Obesidade infantil e coluna

Existe uma relação direta entre a obesidade infantil e problemas de coluna. Isso porque quanto maior o ganho de gordura, principalmente, na parte abdominal, o centro de gravidade do corpo tende a alterar gradativamente. Dessa forma, eleva o arco natural da nossa postura e, com isso, exerce uma maior pressão sobre os músculos e ligamentos das costas e da região lombar. O deslocamento do disco vertebral, além da dor consequente, prejudica a mobilidade do paciente e tende a gerar muitas outras consequências.

Riscos para a saúde

Quando não combatida em tempo hábil, essa condição pode dificultar que as crianças e adolescentes realizem diversas atividades, inclusive brincar e se divertir. Em casos mais graves, quando não tratados, há o risco de sofrerem falecimento prematuro ao atingirem a fase adulta. Isso porque a tendência de permanecerem com sobrepeso ao longo de seu crescimento é alta.

Por esses motivos, é importante que os pais desempenhem um papel ativo junto aos profissionais de saúde para reduzir o Índice de Massa Corporal (IMC) das crianças o quanto antes. Mas como fazer isso? Por meio de mudanças rigorosas que não se limitem aos seus hábitos alimentares. Como costumam ser mais adeptas a essas alterações ainda enquanto jovens, pode ser mais fácil iniciar um estilo de vida mais saudável a elas desde cedo. Dessa forma, é possível prevenir que esse diagnóstico piore e cause consequências severas em suas vidas.

Além de uma dieta equilibrada, a prática frequente de atividades físicas é sempre recomendada. Trata-se de uma aliada importante para a manutenção de um corpo ativo e saudável. Uma boa rotina de sono também é extremamente importante. Isso porque é um fator diretamente relacionado a fatores emocionais e, ainda, ao controle do peso de todos.

Todas essas mudanças comportamentais são defendidas pela própria OMS como atitudes essenciais ao combate da obesidade infantil e aos seus impactos à coluna. Ou seja, a condição é preocupante e deve ser combatida o quanto antes. Por exemplo, inserindo alimentos mais saudáveis nas rotinas dos pequenos junto a exercícios e comportamentos que, juntos, contribuam para um corpo mais saudável e uma melhor qualidade de vida para seu crescimento.

Fonte: Dr. Carlos Eduardo Barsotti, cirurgião ortopedista formado pela Faculdade de Medicina da USP, Mestre em Ciências da Saúde e Pós-graduado pela Harvard Medical School. 

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