O que é bom para dor de dente? Saiba o que fazer e as possíveis causas
O último levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde revelou que 25% dos brasileiros sofrem com algum tipo de dor nos dentes. Paralelamente a isso, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados acerca de hábitos relacionados à saúde bucal no Brasil. Entre aqueles que não possuem plano odontológico, mais de 15,3 milhões nunca foram ao dentista. Além disso, apenas 49% dos entrevistados haviam consultado o profissional alguma vez nos últimos 12 meses. De acordo com a dentista e diretora da Amil Dental Maria Adriana Araújo, qualquer incômodo é sinal de que algo não está bem. Assim, saiba o que é bom para dor de dente e quais são as possíveis causas do problema.
A profissional explica que a intensidade da dor varia tanto por questões individuais quanto pelo motivo que causou o incômodo. De qualquer forma, ela destaca que nenhum tipo de incômodo deve ser visto como uma condição banal ou comum.
Causas
As duas principais causas da dor de dente são a presença de cárie e doenças periodontais, ou seja, que acometem os tecidos de sustentação dos dentes, como a gengiva, o osso e a musculatura.
“Vale destacar que tanto a cárie quanto as doenças gengivais são infecções bacterianas. Por isso, merecem atenção e cuidados, pois o nosso sistema circulatório geral também inclui a passagem pelos dentes e suas estruturas de suporte”, destaca.
Além disso, existem outros motivos que podem influenciar o surgimento da dor de dente. Por exemplo:
- Problemas na mordida (“encaixe” dos dentes da arcada superior e inferior);
- Restaurações antigas e que necessitam de substituição;
- Abscessos e pulpites, esta última mais popularmente conhecida como inflamação aguda do “nervo” ou polpa do dente;
- Raízes dos dentes expostas, com dor com alimentos quentes e frios ;
- Traumas em geral em decorrência de acidentes;
- Sinusites e outros problemas neurológicos;
- Disfunções na articulação têmporo mandibular (DTM).
Quando a dor de dente é preocupante?
Maria Adriana reforça que toda a dor de dente deve ser investigada e, para isso, é necessário ir ao dentista. “Nas consultas, o detalhamento do histórico de saúde do paciente e o exame clínico cuidadoso fornecem dados importantes para um correto planejamento e tratamento odontológico, visando preservar a saúde bucal e a saúde em geral”, esclarece.
A profissional explica, ainda, que os casos mais preocupantes são aqueles em que há infecção instalada. Isso acontece, por exemplo, quando a cárie está bastante profunda e atinge a polpa do dente. Nesse momento, a infecção pode alcançar outros locais do corpo, tornando o quadro mais grave.
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O que é bom para dor de dente?
É comum buscar métodos caseiros ou remédios sem prescrição para buscar alívio momentâneo da dor de dente. Entretanto, essas práticas não são recomendadas. O melhor a se fazer, segundo a especialista, é buscar atendimento odontológico o mais rápido possível.
“Não devemos utilizar a automedicação. Em alguns casos, a dor pode “desaparecer” espontaneamente, porém também pode mascarar um quadro mais grave à frente, com dores, complicações e processos infecciosos que podem levar à perda de um dente ou a uma infecção generalizada”, diz.
Assim, Maria defende a prevenção e o diagnóstico como as melhores formas de evitar quadros de risco. Quantos antes houver a análise do dentista, menos chances de um prolongamento da dor e de uma evolução da condição.
Como tratar a dor?
Os tratamentos variam conforme a causa que gerou o incômodo. Dessa maneira, o dentista identifica o motivo pelo qual há dor na cavidade bucal e, assim, faz a intervenção necessária. A diretora da Amil comenta quais são os protocolos de praxe para o tratamento da dor de dente:
- Cáries: remoção da cárie e/ou restaurações antigas e reabilitação com restaurações ou próteses, incluindo (ou não) a necessidade de tratamento de canal (parte viva do dente);
- Problemas gengivais: raspagens, orientações de higiene e cirurgias específicas;
- Problemas na mordida: correções ortodônticas / posicionamento dos dentes na especialidade ortodontia;
- Raízes dos dentes expostas: recobrimento das raízes expostas, aplicação de dessensibilizantes, etc;
- Traumas em geral: avaliações clínicas e radiográficas para avaliação da extensão e planejamento clínico reabilitador (forma, função e estética);
Por fim, quando se trata de doenças sistêmicas, se faz necessário um outro tipo de abordagem. “Em casos de diabetes, hipertensão, doenças do coração, câncer e outras, o tratamento odontológico deverá considerar a atuação multidisciplinar, ou seja, de dentistas e outros profissionais da saúde, visando a completa recuperação e bem-estar do paciente”, diz.
Hábitos para evitar a dor de dente
A prevenção é a melhor maneira de evitar dores e o surgimento de problemas de saúde. Por isso, existem alguns hábitos relacionados à saúde bucal que devem ser entendidos como prioridade na rotina. Veja alguns:
- Visitar o dentista regularmente (não esperar sentir a dor para marcar uma consulta);
- Escovar os dentes e fazer uso do fio dental depois das refeições;
- Por fim, evitar o uso de cigarro.
Fonte: Maria Adriana Araújo, dentista e diretora da Amil Dental