O papel da vitamina D no sistema imunológico e suas implicações na imunidade inata e adquirida

O sistema imunológico é a primeira defesa do corpo humano contra infecções e doenças, sendo ele o responsável por manter o equilíbrio e o bom funcionamento do organismo. Mas você conhece a relação entre vitamina D e imunidade?

A vitamina D tem um papel importante na promoção da resposta imune, pois ela possui propriedades anti-inflamatórias e imunorreguladoras, além de ser crucial para a ativação das defesas do organismo. 

Também é essencial na homeostase do cálcio, fosfato e osso, e atua como um imunomodulador, influenciando o sistema imunológico inato e adaptativo para combater patógenos e inibir células autorreativas (que desencadeiam a autoimunidade) e cancerígenas. Entenda, agora, a relação da vitamina D com a imunidade.

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Quais são as causas de deficiência de vitamina D?

De acordo com o Dr. Javier Ricardo Carbajal Lizárraga, imunologista, diferentemente do que muitas pessoas imaginam, uma das principais causas de deficiência de vitamina D é o alto consumo de alimentos industrializados, e não a baixa exposição ao sol. Somado a isso, poucos alimentos possuem quantidades significativas de vitamina D, como o queijo curado e o azeite de oliva. Segundo ele, a carne, ovos, leite e produtos lácteos contêm pequenas quantidades.

Os riscos da carência de vitamina D

A falta de vitamina D traz diversas consequências, principalmente para a saúde óssea. No entanto, como aponta o  imunologista, a evidência mais forte indica um risco aumentado de distúrbios imunológicos associados à deficiência de vitamina D.

Nesse sentido, muitos relatórios clínicos sugerem que a suplementação de vitamina D para idosos e pacientes com baixo nível de vitamina D pode ajudar a proteger contra a infecção por COVID-19, bem como o desenvolvimento grave da doença. Além disso, a deficiência de vitamina D aumenta o risco de doenças autoimunes e infecções virais. 

Vitamina D e a relação com a imunidade

A vitamina D possui um papel fundamental na manutenção da saúde dos ossos. Contudo, de acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), algumas pesquisas concluíram que esse nutriente também tem grande influência na imunidade.

“Durante as últimas décadas, a pesquisa laboratorial básica sobre as ações antimicrobianas da vitamina D revelou interações importantes entre a vitamina D e as células do sistema imunológico inato, bem como do sistema imunológico adaptativo”, afirma o imunologista.

A imunidade inata é aquela que nasce conosco. Dessa forma, oferece uma defesa imediata para frear o avanço de invasores no corpo. Por outro lado, a imunidade adaptativa é desenvolvida ao longo da vida, mediante exposição e aprendizado sobre como combater os invasores.

Estudos comprovam relação

Cada vez mais, evidências apoiam a noção de que a vitamina D aumenta a imunidade. Mas como? Fornecendo proteção contra patógenos e prevenindo os efeitos prejudiciais de respostas inflamatórias.

“A vitamina D e seus metabólitos estão ativamente envolvidos na regulação das respostas imunes inatas e adaptativas, portanto, níveis prejudicados ou insuficientes de vitamina D podem levar à desregulação das respostas imunes”, completa o Dr. Javier.

Os benefícios da suplementação de vitamina D

Ainda de acordo com o imunologista, a suplementação de vitamina D pode modificar o curso das doenças autoimunes. Além disso, tem mostrado efeitos antiproliferativos nas células cancerígenas. Ou seja, a vitamina D pode desempenhar um papel importante na prevenção e possível tratamento dessas condições.

“Há evidências crescentes de que a sinalização de vitamina D está ativa em todo o sistema imunológico e é fisiologicamente importante para proteger o hospedeiro humano contra invasores bacterianos e virais. Os mecanismos de sinalização imunológica inata da vitamina D incluem a produção de citocinas, proteínas antimicrobianas e receptores de reconhecimento de microrganismos patogênicos”, afirma o médico. 

Em resumo, a vitamina D é essencial na homeostase do cálcio, fosfato e osso, e atua como um imunomodulador, influenciando o sistema imunológico inato e adaptativo para combater patógenos e inibir células autorreativas (que desencadeiam a autoimunidade) e cancerígenas.

Fonte: Dr. Javier Ricardo Carbajal Lizárraga, Imunologista, RQE 21798 – CRM-SP 92607