Nódulo na fossa nasal: condição fez Gal Costa pausar shows
Aos 77 anos, a cantora Gal Costa morreu na última quarta-feira (09). Embora o hospital em que Gal estava internada não tenha divulgado a causa do falecimento, é sabido que a cantora enfrentava alguns problemas de saúde nos últimos meses. Recentemente, ela passou por uma cirurgia de retirada do nódulo na fossa nasal, o que acabou a afastando dos palcos desde setembro. Entenda o que é esse tipo de nódulo, bem como seu diagnóstico e tratamento.
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O que é o nódulo na fossa nasal?
De acordo com o Dr. Fernando Bevilacqua, otorrinolaringologista, algumas malformações podem surgir no nariz logo no nascimento. Outras, no entanto, podem ser adquiridas ao longo da vida. É o caso do nódulo na fossa nasal.
“O nódulo é uma lesão pequena, arredondada. Trata-se de um tipo de câncer causado pelo aumento de células que cresceram”, explica.
Riscos da cirurgia
Ainda segundo o médico, o principal risco é o sangramento, sobretudo se estiver próximo aos grandes vasos sanguíneos que existem no nariz. Outro risco é o de infecções, podendo, inclusive, causar meningite.
Dessa forma, a morte de Gal Costa, aponta o médico, pode sim ter sido pela cirurgia de nódulo na fossa nasal. “Eu não posso precisar se a morte pode ter sido uma consequência do procedimento cirúrgico. Eventualmente, se ela teve um grande sangramento, pode ter sido a causa. Pode, ainda, ser uma complicação tardia do procedimento cirúrgico, já que existem algumas complicações relacionadas com a com processos inflamatórios infecciosos que vão para a corrente sanguínea. Todo procedimento cirúrgico tem riscos”, afirma o especialista.
Sintomas
Embora dificilmente cause morte, o nódulo na fossa nasal pode tampar a respiração, o que no caso de uma cantora profissional como Gal Costa é um problema e pode causar até alterações no timbre de voz. Veja outros sintomas:
- Obstrução do nariz
- Nariz sangrando
- Nariz escorrendo, causando muita secreção
- Dor na face
- Odor dentro do nariz
- Mudança no olfato
Diagnóstico do nódulo na fossa nasal
Primeiramente, aponta o Dr. Fernando, é feito um exame físico. “A gente abre com espectro nasal e observa. Se tiver alguma alteração ou dúvida, eu lanço mão num procedimento que é rápido, que não dói, mas que incomoda um pouco, que é a nasofibroscopia. Trata-se de uma câmera que a gente passa por dentro do nariz. Assim, de forma objetiva, verifica se tem alguma lesão”, explica o médico.
No entanto, em pacientes sem lesão, mas com sintomas, são necessários exames de imagem. “Normalmente, a gente começa com a tomografia de face, pois ela traz as relações dos tecidos moles com a parte óssea”, explica o Dr. Fernando. Caso as imagens apontem algum tipo de lesão, pode ser necessário um procedimento cirúrgico — como foi feito com Gal Costa — ou exames complementares, como a ressonância magnética.
Fontes:
- Dr. Fernão Bevilacqua, Otorrinolaringologista do Hospital Albert Sabin de SP (HAS) e Membro da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia e Academia Brasileira de Audiologia APM CFM. CRM 143.759