Neuromielite óptica e esclerose múltipla: o que as doenças têm em comum?
A neuromielite óptica (NMO) é comumente confundida com a esclerose múltipla, já que apresenta sintomas semelhantes. Quando não detectada e tratada corretamente, a enfermidade pode causar cegueira permanente. Entenda agora as diferenças entre as doenças.
Leia mais: Entenda as possíveis relações entre alimentação e esclerose múltipla
O que é a neuromielite óptica?
A neuromielite óptica é uma doença autoimune rara e debilitante causada por ataques graves e recorrentes ao sistema nervoso central (SNC) que destroem os axônios e causam desmielinização. Esses ataques ocorrem principalmente no nervo óptico e na medula espinhal. São os “surtos”, que podem resultar em cegueira, paralisia e morte.
O tratamento correto minimiza os efeitos da doença. Por isso, é fundamental que todos tenham acesso a informações que valorizem o diagnóstico precoce e o acesso ao cuidado de qualidade.
O que é a esclerose múltipla?
Autoimune, esse tipo de condição, também conhecida por EM, atinge o sistema nervoso central. Em outras palavras, a doença acomete cérebro, medula espinhal e outras partes do sistema nervoso, que traz sequelas irreversíveis. Apesar de não haver cura, é possível conviver com os sintomas da esclerose múltipla, desde que haja tratamento adequado.
Neuromielite óptica e esclerose múltipla: semelhanças
Por ter uma ampla variedade de sinais e sintomas semelhantes, a neuromielite pode ser confundida com a EM, já que ela também afeta o sistema nervoso central. Embora com sintomas sejam similares, essas doenças são distintas, assim como o seu tratamento. Por isso, o diagnóstico e o tratamento precoce podem resultar em um melhor cuidado dos pacientes.
Além disso, apesar da manifestação clínica da neuromielite ser semelhante à esclerose múltipla, a doença possui um biomarcador específico: o autoanticorpo anti-AQP4-IgG3, que pode ser detectado no sangue de até 80% dos pacientes com neuromielite e não está presente na EM.
Fatores que diferenciam as doenças
- Neuromielite óptica: Pode haver um comprometimento agudo da visão, em ambos os lados; deficiência permanente do sistema nervoso central associada aos surtos; comprometimento motor; recuperação incompleta dos surtos na maioria dos casos.
- Esclerose múltipla: sintomas cognitivos e psicológicos, como perda de memória e depressão; a deficiência é progressiva e pode ser causada ou não pelos surtos; e possível recuperação após os surtos.
Além disso, as lesões da medula também são distintas:
- Na neuromielite são lesões longas e extensas;
- Na esclerose múltipla, tendem a ser pequenas e focalizadas;
- É mais comum ter neurite óptica nos dois olhos ao mesmo tempo, diferentemente do que acontece
na esclerose múltipla.
Neuromielite óptica e esclerose múltipla: como diagnosticar?
A melhor maneira de evitar equívocos é investigar esses critérios:
- Histórico clínico;
- Exames clínicos;
- Tempo de evolução da doença;
- Exames laboratoriais.
De acordo com um estudo, 41% dos pacientes com neuromielite costumam receber o diagnóstico errado no início, geralmente indicando esclerose múltipla. Assim, diferenciar o diagnóstico entre as doenças é de suma importância, pois alguns tratamentos para a EM podem ser ineficazes ou até mesmo agravar
a condição do indivíduo com neuromielite
Dessa forma, a conscientização médica e um melhor entendimento sobre a doença e da jornada do paciente com neuromielite óptica é fundamental para a realização de um diagnóstico correto e
sobretudo precoce, evitando assim o acúmulo de incapacidades e garantindo um cuidado mais adequado para esses pacientes.
Referência: Associação Crônicos do Dia a Dia.