Musculação para pessoas com obesidade: benefícios, dicas e cuidados
No tratamento contra o excesso de peso, a atividade física desempenha um papel importantíssimo. Com a inserção gradual de movimento na rotina, é possível perceber não apenas o emagrecimento, mas a melhoria de outros indicadores de saúde: disposição, condicionamento físico e mobilidade. Dentre as alternativas, a musculação pode ser muito benéfica para pessoas com obesidade.
Mas, será que a modalidade serve para todos que convivem com a doença? A seguir, saiba como a musculação pode ajudar na progressão do tratamento e os cuidados necessários para evitar lesões e outros problemas.
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Musculação para pessoas com obesidade
Treino precisa do sinal verde de médicos
Antes de mais nada, qualquer tipo exercício, incluindo a musculação, precisa de orientação e aval médico. Principalmente entre pessoas com obesidade, pois certos graus da doença exigem muita cautela e acompanhamento específico.
Há muitos casos de indivíduos com índice de massa corporal (IMC) elevado que possuem dificuldades de locomoção e restrições severas de saúde.
Por isso, a aprovação para o exercício é obrigatória. Com o consentimento profissional, a musculação pode se tornar uma opção contra a obesidade.
Dessa forma, o praticante tem conhecimento sobre a intensidade do exercício, prováveis contraindicações e a frequência para se exercitar sem riscos à saúde.
Como é um treino de musculação para pessoas com obesidade?
Guilherme de Almeida e Leme, gerente técnico da Bio Ritmo Academias, explica que os primeiros passos na academia não devem ser complexos.
“Priorizamos o trabalho com equipamentos que não precisam de grandes ajustes, assim como exercícios com peso livre e sem deslocamento. A ideia é deixar a prática o mais confortável possível para o praticante sentir segurança”, diz.
Logo, movimentos com salto, que geram impacto nas articulações, ficam de fora em um primeiro momento. De acordo com Leme, exercícios na posição deitada ou que requerem grandes alterações do centro de gravidade também devem ser evitados.
Isso porque a principal finalidade é introduzir o hábito da atividade física, sem causar exaustão ou qualquer mal-estar que desmotive a pessoa.
Dá para incluir treino aeróbico na estratégia?
A resposta é: depende. Lembra-se que falamos sobre a importância da liberação médica lá no começo? Então, o treino aeróbico precisa disso. “O estímulo é muito interessante, desde que não exponha a pessoa a riscos e desconfortos. Afinal, exercícios de longa duração tendem a ser desconfortáveis. Além da monotonia, podem causar assaduras em indivíduos com obesidade. Sobretudo se o vestuário não estiver adequado. O ideal é começar em baixa intensidade por um tempo menor para se familiarizar e aumentar a chance de adesão”, orienta o professor da Bio Ritmo.
Motivos para não desistir da musculação
O começo pode ser bastante desafiador, pois os quilos a mais tornam qualquer exercício simples mais difícil. Mas isso não deve ser uma razão para desanimar, tampouco para se sentir mal. Primeiro, porque ninguém se aperfeiçoa em algo sem a prática. Então, tenha paciência com seu corpo e respeite seus limites. E o principal: faça tudo pensando em sua saúde e bem-estar.
“Com o tempo, além da redução do peso, o praticante terá menos dores nas articulações. Sem falar que os treinos ajudam a reduzir o apetite, e incentivam a produção de hormônios que auxiliam no controle da inflamação, do estresse e da ansiedade”, argumenta Leme.
Para tornar o processo mais agradável, veja algumas dicas:
Utilize roupas confortáveis: vestuário apertado, que gera atrito em partes do corpo como virilha, axilas e peitoral não são a melhor escolha. Vista-se com peças que facilitam seus movimentos e não atrapalham a transpiração.
Prefira tênis com amortecimento: mesmo nos treinos de musculação e cárdio mais leve, calçar um tênis que ajude a amortecer o impacto faz toda a diferença. Outra dica é adquirir um calçado de número maior acima do que você usa, pois a atividade pode causar inchaço nos pés e apertá-los.
Não se preocupe com a carga: a pressão para pegar pesos é algo comum no ambiente da academia. Não porque o professor exige, mas porque vemos outras pessoas treinando com altas cargas e nos sentimos na “obrigação”. Contudo, Leme reforça que realizar o movimento correto e trabalhar sua amplitude são mais importantes do que aumentar o peso.
Ouça os conselhos do instrutor e de seu médico: conforme avançamos nos treinos e adquirimos mais confiança, faz parte querer testar os limites. No entanto, se você está em tratamento contra a obesidade, evite forçar o corpo e siga sempre as recomendações dos profissionais que estão ao seu lado.
Fonte: Guilherme de Almeida e Leme, gerente técnico da Bio Ritmo Academias.