Monkeypox em bebês: Brasil confirma dois primeiros casos
Os estados de SP e BA confirmaram dois casos de monkeypox em bebês com menos de um ano. Até o momento, o Brasil acumulava ocorrências em crianças e adultos, tanto homens quanto mulheres — a atualização mais recente do Ministério da Saúde soma 3.896 casos. O paciente de São Paulo tem 10 meses de vida e apresenta lesões na pele. Apesar dos sintomas característicos da doença, o quadro de saúde é estável e o pequeno está em isolamento. Já o bebê que reside na Bahia possui pouco mais de dois meses de vida, mas não há informações sobre sua condição.
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Monkeypox em bebês pode ser perigoso?
De acordo com Eduardo Sellan Lopes Gonçales, sócio e infectologista a Infectoria, a doença tem uma mortalidade inferior a 1%. “Contudo, as complicações podem surgir, sobretudo em grupos mais vulneráveis. Crianças, gestantes, pacientes em quimioterapia, portadores de HIV e quem utiliza medicamentos que baixam a imunidade têm mais riscos”, alerta o médico. Entre os problemas decorrentes do agravamento da monkeypox, se destacam pneumonia e meningite, que se manifestam quando há uma grande quantidade de lesões na pele.
Portanto, os grupos de risco precisam de mais cuidados para evitar a contaminação pelo vírus. No caso específico de bebês, é válido restringir beijos, abraços e toque físico vindo de outras pessoas, principalmente se houver suspeita de infecção. Ao aparecer qualquer sintoma — erupções cutâneas, febre, indisposição e dores musculares — é importante ir ao médico. Se o diagnóstico para a monkeypox for positivo e houver sintomas, será necessário ficar em isolamento por 21 dias e sob acompanhamento profissional.
Como se transmite a monkeypox?
A transmissão ocorre por vias humanas. Então, basta entrar em contato com uma pessoa contaminada para se infectar. Assim, qualquer indivíduo — bebês, crianças, adultos — adquire a monkeypox (varíola dos macacos) da mesma maneira. Algumas situações que favorecem o contágio:
- Dividir objetos pessoais, como talheres, copos, pratos, toalhas, roupas de cama e calçados.
- Abraçar, beijar ou ficar muito próximo de pessoas infectadas, pois as gotículas de saliva com o vírus podem infectar.
- Contato direto com as feridas da varíola dos macacos.
- Relações sexuais com pessoas contaminadas, devido ao contato muito próximo com gotículas de suor, saliva e possíveis lesões.
- Tocar em objetos e superfícies com o vírus, e em seguida levar as mãos à boca e olhos.
Fonte: Eduardo Sellan Lopes Gonçales, médico infectologista da faculdade de medicina da Unicamp; e sócio da Infectoria.