Reposição hormonal engorda? Veja mitos e verdades sobre o tema

Bem-estar Saúde
06 de Outubro, 2023
Reposição hormonal engorda? Veja mitos e verdades sobre o tema

À medida que envelhecemos, é natural que os níveis hormonais flutuem, muitas vezes resultando em sintomas incômodos e impactos na qualidade de vida. É nesse contexto que a reposição hormonal entra como uma estratégia para restabelecer os níveis hormonais e, por consequência, aliviar os sintomas e potencialmente melhorar o bem-estar. Para entender mais sobre o tema, confira a seguir os mitos e verdades sobre reposição hormonal. 

Leia também: Suplementar estas vitaminas na menopausa ajuda a aliviar sintomas e prevenir doenças

Mitos e verdades sobre reposição hormonal

1 – A reposição hormonal aumenta o peso corporal

Mito. Na verdade, de acordo com a Dra. Maria Carolina, a reposição ajuda a melhorar a composição corporal, uma vez que acelera o metabolismo. Quando há diminuição dos hormônios na menopausa, o acúmulo de gordura abdominal é uma tentativa do nosso corpo de manter a produção do estrogênio.

“Quando os hormônios são equilibrados, ajudamos o paciente a manter o formato do corpo da melhor forma possível. Além disso, ajuda na perda de peso” complementa.

2 – Toda mulher pode fazer reposição hormonal

Mito. Nem todas as mulheres podem se submeter ao tratamento de reposição. Há algumas doenças que impedem a suplementação, como pacientes em tratamento efetivo do câncer de mama, endométrio, doença coronariana ou cardiovasculares, lúpus e trombose.

Por isso, antes mesmo de iniciar a reposição, é necessário passar por uma avaliação médica criteriosa.

3 – Mitos e verdades sobre reposição hormonal: Quanto maior a dose do hormônio, maior a resposta do corpo

Mito. Antigamente se acreditava que quanto maior fosse a reposição hormonal, com estrogênio em doses bem altas, por exemplo, a resposta seria melhor. No entanto, hoje em dia sabemos que isso não é verdade.

“Fazemos a reposição em baixíssimas doses (micro doses de acordo com o peso corporal), e de acordo com o estilo de vida da paciente com resultados bem satisfatórios”, afirma a médica.

4 – O tratamento oral é o mais indicado

Mito. Não é o tratamento mais indicado. Primeiro por conta da metabolização hepática – o fígado tem que ser preservado. O único hormônio que podemos fazer via oral é a progesterona porque tem uma resposta muito boa. A melhor via de administração é a transdérmica ou subcutânea.

5 – Mitos e verdades sobre reposição hormonal: Podemos repor apenas um hormônio

Mito. Toda vez que pensamos em reposição hormonal pensamos em equilíbrio. Normalmente na menopausa avaliamos a necessidade de reposição do estrogênio e da progesterona (que devem caminhar juntas para não provocar efeitos colaterais), além da testosterona.

6 – A reposição hormonal avalia apenas os hormônios sexuais

Mito. A avaliação deve ser minuciosa acerca de todos os hormônios do organismo como os da tireóide, cortisol, insulina, serotonina, prolactina, etc. Muitas vezes temos que preparar as pacientes com suplementação. 

7 – Reposição hormonal contribui com a saúde da pele

Verdade. Sim, ela é capaz de melhorar o aspecto da pele. Ela ativa a síntese de colágeno, mantém a lubrificação, e a pele fica mais viçosa, com brilho. Pode atenuar até o surgimento de pequenas rugas.

8 – A reposição pode prevenir a osteoporose

Verdade. A reposição hormonal pode contribuir com o tratamento da osteoporose. Isso acontece porque a deficiência de hormônios sexuais, como estrogênio em mulheres e testosterona em homens, pode contribuir para a perda de massa óssea. Portanto, em alguns casos, a terapia de reposição hormonal pode ser recomendada para ajudar a preservar a densidade óssea e reduzir o risco de fraturas.

Pontos de atenção com a reposição hormonal

Assim como em outros tratamentos, a terapia hormonal não está isenta de riscos e contraindicações. Por isso, é essencial estar ciente dos pontos de atenção associados a esse tratamento.

Um dos riscos mais discutidos em relação à terapia hormonal é o risco de câncer de mama. Análises mostram que o risco é aumentado principalmente em mulheres que utilizam hormônios combinados, ou seja, estrógenos e progestógenos. Por outro lado, aquelas que não têm útero e usam estrógenos isoladamente parecem ter um risco menor de desenvolver câncer de mama.

Além disso, é importante mencionar que existem contraindicações para a terapia hormonal. Mulheres com histórico de trombose, cânceres hormônio-dependentes, como câncer de mama e câncer de endométrio, e doenças cardiovasculares prévias, como infarto e AVC, geralmente não são candidatas adequadas para esse tipo de tratamento.

Por isso, se você pretende iniciar a terapia hormonal, procure ajuda médica para receber orientação especializada para o seu caso.

Fonte: Maria Carolina Dalboni L. Amaral, médica ginecologista e obstetra. 

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