Mitos e verdades sobre artrose

Dores nas articulações, inchaço e limitação de movimento são alguns dos principais sintomas da artrose, doença que provoca desgaste da cartilagem que reveste as articulações do corpo. Só no Brasil, existem cerca 15 mil pessoas com artrose, de acordo com o Ministério da Saúde. Diante disso, ter um diagnóstico precoce da doença e acompanhamento médico é importante para iniciar o tratamento e devolver qualidade de vida e bem estar ao paciente. No entanto, apesar de ser uma doença comum, alguns aspectos ainda geram muitas dúvidas. Portanto, a seguir, confira quais são os mitos e verdades sobre a artrose.

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Mitos e verdades sobre artrose

De acordo com o Dr. Marcos Cortelazo, médico ortopedista e especialista em joelho, uma das principais causas de restrição de movimento e qualidade de vida é a artrose, uma doença articular degenerativa que provoca dores, deformidades e dificuldade de mobilidade da articulação. No entanto, ter conhecimento sobre a doença contribui com os cuidados e tratamento adequados.

1. Apenas idosos são acometidos pela artrose

Mito. Entre as doenças ortopédicas e reumatológicas, a artrose é de fato a que mais atinge as pessoas na terceira idade, segundo o Dr. Marcos. “No entanto, ela pode sim afetar pessoas mais jovens. Na maioria dos casos, isso ocorre por trauma e sobrecarga excessiva nas articulações, geradas pela obesidade, prática exagerada ou descuido nas atividades físicas”, argumenta.

2. Atividade física ameniza sintomas da doença

Verdade. Desde que a atividade física seja feita com acompanhamento, sem sobrecarga excessiva, priorizando a técnica, ela pode sim amenizar os sintomas da artrose a longo prazo. Isso acontece porque o esforço físico estimula os músculos, que ajudam a proteger as articulações.

No entanto, o especialista faz um alerta com relação à doença: “Apesar de fazer bem, a atividade física também pode desgastar as articulações dos joelhos, que é uma das mais complexas do corpo. Portanto, alongar da forma correta, estimular o fortalecimento muscular e escolher o calçado ideal para a prática esportiva são três cuidados que devemos ter e que fazem muita diferença”, conta.

3. Artrite e artrose são a mesma coisa

Mito. Apesar dos nomes parecidos, não é a mesma coisa. “Enquanto a artrite é uma inflamação da articulação, a artrose é o desgaste da articulação”, define o especialista.

Outros mitos e verdades sobre artrose

4. A artrose não tem cura

Verdade. A medicina ainda não encontrou a cura para a artrose. Entretanto, quando o tratamento é iniciado logo após o diagnóstico é possível amenizar os sintomas com tratamentos indicados após a avaliação médica, incluindo a fisioterapia.

5. Todo caso de artrose é cirúrgico

Mito. A cirurgia é indicada quando é necessário fazer um realinhamento dos ossos ou a colocação de prótese para substituir a articulação lesionada. Portanto, cada caso é um caso.

6. A alimentação influencia no tratamento

Verdade. Indiretamente a alimentação pode influenciar no tratamento, pois a ingestão de açúcar em altos níveis pode acarretar ganho de peso, algo que sobrecarrega as articulações. “Além disso, pacientes com intolerância à lactose que insistem em ingerir o leite também sofrem com o aumento dos fenômenos inflamatórios no organismo. Assim, essa situação pode ter repercussões articulares”, diz o médico.

“Deste modo, devemos primeiro ter como meta o controle ou adequação de peso. Portanto, em segundo lugar a manutenção da massa magra ou musculatura que tem como efeito secundário a proteção das articulações. Assim, devemos privilegiar a ingestão de proteínas e uma correta hidratação”, conta o ortopedista.

7. O álcool é um fator de risco para dores articulares

Verdade. Por fim, o álcool pode causar o aumento do ácido úrico no sangue, condição esta chamada de hiperuricemia, que leva a uma inflamação das articulações e quando não tratada pode ocasionar lesões da cartilagem articular, que evoluem para a artrose.

Mitos e verdades sobre artrose: como funciona o tratamento

A fim de descobrir o foco da artrose, são solicitados exames de imagem, como o raio-X e a ressonância magnética. Além disso, também podem ser feitas análises laboratoriais do líquido sinovial e de sangue, que ajudam a verificar outras possíveis complicações.

Embora não exista uma cura, é possível melhorar a qualidade de vida com diversas medidas de acordo com o estágio de degeneração da cartilagem. Assim, à primeira vista, vários ortopedistas e reumatologistas indicam a viscossuplementação (VS), que nada mais é que uma injeção de ácido hialurônico (AH) nas articulações. “A utilização dessa substância sintética contribui no alívio da dor e na preservação do tecido articular por um maior período. Em casos de osteoartrite leve a moderada, o paciente pode permanecer sem dor por um período que varia de seis meses a um ano”, informa Márcia Uchoa.

“A viscossuplementação é pouco praticada no Brasil em relação a países da Europa e Estados Unidos, o que leva a um alto gasto público com cirurgias de prótese. A infiltração de ácido hialurônico é segura e funciona como um lubrificante no local em que houver o desgaste da cartilagem”, reforça Hélio Osmo, diretor médico da Zambon e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Farmacêutica.

Fonte:

• Dr. Marcos Cortelazo, médico ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva. 
• Hélio Osmo, diretor médico da Zambon e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Farmacêutica.
• Márcia Uchôa, professora do departamento de Ortopedia e Traumatologia do HCFMUSP.