Mielograma: o que é, para que serve e como é feito
É na medula óssea que as células do sangue são produzidas. Nas crianças e adolescentes, ela está presente nas cavidades de todos os ossos. Já no caso dos adultos, são em lugares específicos que podemos encontrá-la, como nas costelas, no quadril e no osso esterno. Saber disso é essencial para entender o mielograma, um tipo de exame que analisa a quantidade e o tipo de células presentes na medula óssea. Veja mais detalhes a seguir.
O que é mielograma
O mielograma é a punção aspirativa da medula óssea e, como o próprio nome diz, trata-se de um exame que aspira uma pequena quantidade da medula para analisar as células sanguíneas produzidas. Assim, cânceres que atacam as células sanguíneas, por exemplo, podem ter o seu diagnóstico auxiliado por esse procedimento. Não existe contraindicação para o exame. Mas, os casos de complicações são raros.
Como é feito o mielograma
Para fazer a punção da medula óssea, o médico usará uma agulha especial, mais grossa. No caso dos adultos, o exame costuma ser feito na chamada crista ilíaca, que é o osso localizado na região da bacia. Já em crianças, também é comum fazer na tíbia.
Antes de começar, o médico aplica uma anestesia local com xilocaína, um medicamento que bloqueia o impulso nervoso da dor no cérebro, contribuindo com a redução da sensação de desconforto. Em seguida, é aspirado de 0,25 ml a 0,5 ml da medula com a seringa. Assim, coloca-se esse material em lâminas para identificar o tipo e a maturidade das células.
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Para que serve o exame
Toda essa análise feita pelo mielograma contribui para avaliar doenças como anemias sem explicação e casos de diminuição ou aumento de células sanguíneas como os leucócitos e as plaquetas. Assim, o diagnóstico de doenças hematológicas (ou seja, do sangue) passa pelo exame, como leucemias, mielodisplasias e mieloma múltiplo.
Quadros de anemia sem explicação são diagnosticados pelo mielograma. Mas, as demais doenças demandam outros exames para ter o diagnóstico concluído. Porém, geralmente o mesmo procedimento colhe esses materiais complementares, que colocados em tubos com anticoagulante ajudam na avaliação dos casos.
Por fim, o médico irá solicitar o mielograma, em geral, caso detecte alguma alteração no hemograma, como uma forma de entender a causa dessa anormalidade.
Fonte: Teresa Cristina Bortolheiro, hematologista e patologista clínica do Hemocentro da Santa Casa de São Paulo