Mielodisplasia: conheça o câncer que acomete as células-tronco
O câncer é uma doença que pode se manifestar em muitas formas e em diferentes regiões do corpo. No caso da mielodisplasia, por exemplo, o principal ponto de incidência são as células-tronco sanguíneas.
O que é mielodisplasia?
“A mielodisplasia (ou síndromes mielodisplásicas) é um grupo de cânceres que impedem que as células-tronco sanguíneas sofram maturação em células sanguíneas saudáveis”, diz Susana Massarani, bióloga geneticista. “Essas células-tronco são produzidas na medula óssea, que é um material esponjoso que fica no centro dos ossos e é responsável pela produção dessas células e sua maturação em células específicas.”
Quando as células-tronco sanguíneas não se tornam células sanguíneas maduras, elas morrem dentro da medula óssea ou logo após seu transporte para a corrente sanguínea. Uma vez que essas células ficam retidas na medula óssea, resta menos espaço para células saudáveis. Assim, o fato de o indivíduo ter menos células sanguíneas que o normal aumenta a chance de desenvolvimento de problemas graves de saúde.
Quais os principais sintomas de mielodisplasia?
A anemia costuma ser o mais comum, no entanto, ela pode surgir por muitos motivos, inclusive condições menos graves que a mielodisplasia. Por isso, seja em relação à anemia, seja em relação às demais manifestações, é importante consultar um médico se os sintomas durarem mais do que algumas semanas.
Outros sinais de mielodisplasia incluem:
- Falta de ar;
- Fraqueza ou cansaço (e o descanso não ajuda);
- Pele mais pálida que o usual;
- Machucados e sangramentos mais frequentes que o normal;
- Pintas avermelhadas na pele (petéquias);
- Infecções e febres recorrentes.
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Tratamentos e complicações
“Como a maioria das pessoas tem anemia, e algumas podem ter hemorragias ou infecções recorrentes, os médicos se concentram no tratamento de suporte desses sintomas. Ele é feito com transfusões de sangue, transfusões de plaquetas, fatores de crescimento para estimular a maturação das células que não maturaram e antibióticos”, explica Susana.
Além disso, a bióloga geneticista explica que para matar as células que não sofreram a maturação devida são utilizados o transplante de células-tronco, a quimioterapia e a terapia imunossupressora.
Obviamente, seguir com os tratamentos e contar com a orientação médica é de extrema importância para evitar complicações.
“Quando as contagens de células sanguíneas ficam muito baixas, podem ocorrer várias complicações. Por exemplo: anemia grave, fadiga debilitante, problemas de concentração, incapacidade de ficar de pé devido à tontura, neutropenia grave com infecções que podem ameaçar a vida do paciente e trombocitopenia grave com sangramentos no nariz, nas gengivas e hemorragias internas provenientes de úlceras”, enumera. “Se não tratada, pode se transformar, então, em outro tipo de câncer sanguíneo, a leucemia mieloide aguda”, finaliza.
Fonte: Susana Massarani, bióloga geneticista