Microbiota do intestino pode mostrar risco de TDAH em crianças
A microbiota do intestino é um universo à parte: diversos estudos têm mostrado que ela é uma grande influenciadora da saúde, tanto para o bem como para o mal. Por exemplo, seu desequilíbrio pode ter relação com quadros de depressão, doença de Parkinson, de Crohn e outras enfermidades.
Mas, uma pesquisa recente publicada no The Journal of Child Psichology and Psiquiatry analisou as bactérias do intestino de crianças e fez mais uma descoberta interessante. A predominância de determinados micro-organismos na flora intestinal pode ser um sinal de TDAH (transtorno do déficit de atenção e hiperatividade).
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Como a microbiota do intestino é uma possível evidência de TDAH?
Para chegar à conclusão, os pesquisadores investigaram as fezes de 70 crianças. 35 delas com o diagnóstico de TDAH, enquanto as outras 35, sem o quadro.
Como resultado, as coletas do grupo infantil com o transtorno apresentavam concentração maior de algumas espécies de fungos. “Houve uma presença significativa de Ascomycota e uma população menor de Basidiomycota do que o grupo de controle”, diz um trecho do documento.
Além disso, o fungo Candida albicans se proliferou mais microbiota do intestino dos indivíduos com o TDAH. E mais: esse tipo de fungo aumentou a permeabilidade do intestino dos pequenos. Ou seja, essas crianças são mais suscetíveis a inflamações, pois tem menos “barreiras” para a entrada de bactérias no sangue.
Estudo é pequeno, mas serve de incentivo para outras pesquisas
A relação entre microbiota intestinal e TDAH é um achado inédito. Contudo, a amostragem é pequena, mas pode ser uma oportunidade para estender a análise a mais participantes.
Como cuidar melhor da microbiota do intestino
Para saber como manter a saúde do seu intestino, é bom lembrar algumas das diversas funções da microbiota. De forma resumida, as bactérias, fungos e todos os demais agentes que habitam nosso órgão colaboram para a digestão, imunidade, produção de vitaminas, prevenção de infecções e pode afetar o humor e o apetite.
Assim, as escolhas alimentares refletem muito na harmonia da microbiota. Todavia, outros hábitos são essenciais. Confira alguns:
- Alimentação saudável: como adiantamos, uma dieta equilibrada e rica em fibras assume um papel de protagonismo. Alimentos como frutas, verduras, legumes, grãos integrais e fermentados (iogurte e kefir, por exemplo) podem ajudar a manter a diversidade e quantidade de bactérias saudáveis no intestino.
- Evitar alimentos processados e açúcares: afinal, essas opções podem contribuir para o crescimento de bactérias prejudiciais no intestino. O motivo é que são produtos compostos por ingredientes nocivos — corantes, conservantes e várias substâncias químicas que causam riscos à saúde.
- Consumir probióticos: são bactérias benéficas que podem ser encontradas em alimentos fermentados ou suplementos. Então, inclua o alimento no dia a dia para garantir um “exército do bem”.
- Não fazer uso excessivo de antibióticos: a classe de medicamentos pode matar as bactérias saudáveis no intestino. Dessa maneira, evite a automedicação e só administre o fármaco sob recomendação médica.
- Reduzir o estresse: nossas emoções podem afetar negativamente a saúde da microbiota intestinal. Manter o estresse sob controle, por meio de atividades relaxantes e prazerosas pode ser uma boa estratégia.