Mitos e verdades da maternidade e cirurgia plástica
A maternidade é, para muitas mulheres, um momento de muitas transformações. É um período em que surgem novos sentimentos e emoções, além de diversas alterações físicas, sendo que estas nem sempre desaparecem com o nascimento do bebê. A nova aparência no pós-parto pode trazer questionamentos acerca de uma cirurgia plástica. Mas, será que tudo é permitido? A médica cirurgiã plástica Dra. Larissa Sumodjo da SBCP – Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, desmitifica algumas das dúvidas mais comuns sobre maternidade e cirurgia plástica.
Mitos e verdades da maternidade e cirurgia plástica
O silicone prejudica a amamentação. Mito
Um dos mitos mais comuns sobre maternidade e cirurgia plástica. “No caso da inclusão pura de implante pelo sulco inframamário, tanto no plano subglandular (atrás da glândula) como submuscular (atrás do músculo), sua inserção é realizada sem violar a mama e sua estrutura relacionada à lactação”, diz Dra. Larissa. Ela reforça que é importante que a mulher que está no puerpério saiba que a capacidade de produção de leite e amamentação varia de mulher para mulher, independentemente de prótese.
A incisão para a colocação da prótese interfere na produção do leite. Depende
Existem três tipos de incisões para a colocação das próteses de silicone nas mamas: axilar, periareolar e sulco da mama. “Pela incisão areolar, o implante passa através do tecido mamário até ser alocado na posição correta, então com essa opção teremos cicatrizes na glândula mamária podendo causar algum prejuízo futuro para quem pretende amamentar, por exmeplo”, orienta.
O implante interfere na saída do leite. Mito
De acordo com a cirurgiã plástica, o implante fica atrás da glândula e, dessa forma, não há interferência com a área de sucção em si. “No entanto, é relevante que a presença do silicone contribui para uma mama mais firme e enrijecida, principalmente durante a apojatura, que é a descida do leite. Como o enrijecimento pode dificultar a pega do bebê, é importante seguir as orientações do obstetra ou consultora de amamentação em relação a manobras a serem realizadas para facilitar a pega e, portanto, a amamentação em si.”
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A amamentação causa flacidez em mulheres com silicone. Depende
Durante a gestação e na amamentação, naturalmente ocorre aumento considerável das mamas. “O quanto as mamas sofrerão com o término da amamentação varia, sendo que os principais fatores determinantes são: qualidade da pele, genética, ganho de volume ocorrido e número de gestações.” Além disso, Dra. Larissa ainda enfatiza que a demanda por uma cirurgia sempre depende, incialmente, de uma insatisfação por parte da mulher.
A mulher que ainda não teve, mas planeja ter filhos, não deve fazer abdominoplastia. Depende
“A abdominoplastia é a cirurgia em que removemos excesso de pele do abdômen e aproximamos os músculos reto abdominais que se encontram afastados. Assim, esse procedimento, de fato, é mais procurado pelas mulheres que já tiveram filhos, pois aquelas alterações costumam ser mais evidentes em quem já gestou. No entanto, há quem apresente flacidez cutânea relevante, mesmo não tendo tido filhos ainda. Isso pode ter ocorrido não só por fatores constitucionais, mas também por grandes oscilações de peso. Nesses casos, havendo um sofrimento e incômodo importantes, consideramos a cirurgia. Uma vez tendo sido realizada, ela não impede gravidezes futura, mas pode haver uma perda do resultado após.” Explica a médica.
Posso fazer a abdominoplastia logo após o parto. Mito
“Não faz sentido pensar em cirurgia plástica logo após o parto. Esse é um momento em que a mulher não está estável do ponto de vista físico; não só o peso geralmente está acima do habitual, mas também o útero se mantém volumoso, ocupando bastante espaço na cavidade abdominal, já que ele demora certo tempo para involuir.” Comenta Dra. Larissa.
Além disso, é uma fase de adaptação de rotina, de vida, havendo um recém-nascido cheio de exigências para ser cuidado. O ideal é esperar o corpo recuperar e atingir uma estabilidade. Esse tempo costuma variar, mas em linha geral, 1 ano após o nascimento do bebê.
Fonte: Dra Larissa Sumodjo. Médica graduada pela Universidade federal de São Paulo – UNIFESP/EPM (2006). Residência médica em cirurgia geral – Universidade federal de São Paulo – UNIFESP/EPM (2007/2008). Residência médica em cirurgia plástica – Universidade federal de São Paulo – UNIFESP/EPM (2009-2011). Membro associado da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (desde 2012). Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (desde 2014)