Mastoidectomia: o que é e quando é indicada a cirurgia no osso temporal

Saúde
10 de Agosto, 2022
Mastoidectomia: o que é e quando é indicada a cirurgia no osso temporal

Que o ouvido humano é o responsável pelo nosso sentido auditivo, todos nós sabemos. Mas o que muitos não sabem é que a maior parte desse órgão, conhecido como aparelho auditivo, está concentrada no interior da cabeça e é formada por ouvido externo, ouvido médio e ouvido interno. Por ser uma estrutura avançada, é muito sensível e suscetível a infecções. Quem já sofreu com algum tipo de inflamação no ouvido sabe o incômodo que é não é mesmo? E, dependendo do tipo, só é possível resolver através de procedimentos cirúrgicos, que é o caso da cirurgia do colesteatoma, mais conhecida como mastoidectomia, que vamos explicar tudo neste post. Confira abaixo! 

Leia mais: Cerume de ouvido: qual a importância e porque não devemos limpá-lo

O que é a mastoidectomia?

“A mastoidectomia é uma cirurgia realizada na mastoide, uma porção óssea que fica no crânio onde o ouvido fica inserido. Aquele osso que a gente sente palpando atrás do ouvido”, explica o Dr. Ali Mahmoud, otorrinolaringologista do Hospital Santa Catarina. 

Este osso citado pelo Dr. Ali é o osso temporal, que circunda e protege o canal auricular, isto é, ouvido médio e o ouvido interno. E sua parte saliente, situada atrás do lóbulo da orelha, é o que chamamos de mastoide, e, por isso, a cirurgia leva esse nome.

Quando é indicada?

A cirurgia de mastoidectomia é realizada principalmente no caso da presença de um colesteatoma, um tumor benigno que cresce no ouvido com células de pele.

“É como se fosse um crescimento de pele no ouvido médio, onde essa pele não deveria estar. Isso pode gerar secreção purulenta, secreção com odor muito fétido e com isso pode atrapalhar a qualidade de vida do paciente”, esclarece o especialista.

Como é feita a cirurgia de mastoidectomia?

Sob o efeito de anestesia, a mastoidectomia é feita com uma incisão, ou seja, um corte atrás da orelha que é descolada para frente. Em seguida, o osso que fica atrás da orelha é retirado com auxílio de uma broca.

Cuidados pré e pós-cirúrgico

As precauções que antecedem a cirurgia, bem como o pós-cirurgia, envolvem cuidados com infecções “É uma cirurgia onde o paciente não pode deixar entrar água no pré-operatório para não piorar a infecção. E não pode também deixar entrar água no ouvido no pós para não correr risco de infectar”, aconselha o otorrino Dr. Ali Mahmoud. 

Riscos da mastoidectomia

Os riscos da mastoidectomia envolvem lesões, sobretudo de estruturas próximas ao ouvido. Pode haver risco de fístula liquórica, pela proximidade do ouvido com a meninge, que é a capa que envolve o cérebro. Mas o risco principal é a paralisia facial, que pode ocorrer devido a uma eventual lesão do nervo facial durante a cirurgia. 

Mas afinal, como evitar esses riscos?

“A principal forma de evitar essas complicações é o treinamento do cirurgião. Por isso, o paciente sempre deve procurar um médico especializado, porque o conhecimento de anatomia e das técnicas diminui o risco de lesão. Outra coisa também é a utilização de monitores de nervos, exames de imagem para diminuir o risco dessas lesões”, alerta o Dr. Ali.

Cirurgia x qualidade de vida

A mastoidectomia melhora a qualidade de vida do paciente, já que os indivíduos com essa secreção apresentam uma série de incômodos ao longo do dia. “Não podem virar o ouvido e muitas vezes não podem trabalhar por conta dessa secreção, com odor fétido saindo do ouvido. Incomoda muito”, afirmou o especialista.

Sintomas que pedem atenção

O médico recomenda que o paciente procure um otorrinolaringologista para avaliar a necessidade desse tipo de cirurgia quando há secreção no ouvido que não melhora com os tratamentos convencionais.

“Nos casos, por exemplo, de secreção no ouvido persistente que melhora mas depois retorna, ou quando tem um quadro agudo que começa a evoluir mal, ou então uma criança com otite média que persiste com febre ou começa a ter uma dor de cabeça.”

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Fonte: Dr. Ali Mahmoud, otorrinolaringologista do Hospital Santa Catarina – Paulista. CRM-SP 108205 e RQE 27364. Médico formado pela USP com especialização em faringolaringologia pela mesma instituição. Tem experiência em Cirurgia Otorrinolaringológica, Laringologia e Estomatologia.

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