Máscara PFF2 é mais indicada contra variante Ômicron
Com o avanço da variante Ômicron, o número de casos de pessoas infectadas pelo coronavírus disparou. Um dos motivos para isso é a rapidez na transmissão da nova cepa. Além de manter o distanciamento social, o uso da máscara continua sendo essencial. Agora, especialistas indicam que o modelo ideal é a máscara PFF2, ou N95, preferencialmente aquelas que possuem elástico em volta da cabeça.
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Por que a máscara PFF2 é a mais indicada?
O significado da máscara PFF2 é “peça facial filtrante”, um selo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que indica a eficiência de filtragem da máscara. Segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, duas pessoas sem máscara podem se infectar com a ômicron em até 15 minutos se uma delas estiver contaminada. Agora, se uma delas estiver usando uma máscara PFF2, o tempo de contaminação aumenta para até duas horas e meia. Se as duas estiverem usando a máscara, esse período chega a 25 horas.
Isso acontece porque a PFF2 tem uma maior capacidade de filtragem, “prendendo” as partículas contaminadas no filtro. Um estudo do Instituto Max Planck, da Alemanha, mostrou que, se usada corretamente, as máscaras do tipo PFF2 oferecem quase 100% de proteção contra infecção pelo coronavírus. Sem máscara, a probabilidade de se infectar é de 90%, mesmo com distanciamento.
A PFF2 também considerada um EPI (Equipamento de Proteção Individual), sendo muito utilizada por profissionais da saúde. Dessa forma, máscaras PFF2, especialmente aquelas com duplo elástico preso por trás da cabeça, são as mais eficientes na proteção contra o coronavírus, ainda mais se falarmos em ambientes fechados e sem ventilação, como hospitais, mercados e farmácias.
E os outros tipos de máscara?
Máscaras de pano não são indicadas para evitar o coronavírus. Isso porque elas são porosas e não possuem camadas de filtragem suficientes. Em comparação, as do tipo PFF2 evitam que partículas minúsculas entrem no nariz ou na boca graças à materiais específicos – como fibras de polipropileno – que atuam como barreiras mecânicas e eletrostáticas ao ar compartilhado, o principal fator de infecção por coronavírus.
Já as máscaras cirúrgicas, apesar de muito melhores que as de pano, também não são tão boas para proteger da contaminação quanto as PFF2. Também é preciso ficar de olho quanto às KN95. Em tese, essa é a nomenclatura chinesa equivalente à PFF2 e a N95. No entanto, testes de eficácia feitos com máscaras KN95 mostraram que elas falharam em proteger como as certificadas pela Anvisa e pelo CDC.
Posso lavar a máscara PFF2?
Não. Assim como a máscara cirúrgica, lavá-las compromete sua proteção. Por isso, é proibido lavar com sabão, passar pano úmido com desinfetante (ou qualquer outro produto) ou borrifar álcool. No entanto, elas podem ser reaproveitadas. Para isso, basta deixá-la em local arejado — sem sol direto— entre 3 a 7 dias após o uso. É recomendado descartar caso ela esteja rasgada ou com aspecto envelhecido.
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Novos sintomas da Ômicron
Ainda de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, novos sintomas da variante Ômicron têm sido relatados. Os três sinais que apontam infecção ão aspectos pálidos, acinzentados ou azulados nos lábios, pele e unhas. O tom da pele, por exemplo, pode indicar baixos níveis de oxigênio no sangue. Por isso, o CDC sugere procurar ajuda imediatamente ao notar qualquer mudança de cor.
Os sintomas podem vir acompanhados de dificuldade para respirar, dor ou pressão persistente no peito, indisposição e confusões mentais. Além disso, em pessoas mais velhas e vulneráveis, os riscos de aparecimento dos sinais são maiores. Já pacientes mais jovens e saudáveis também podem, em casos raros, manifestar os sintomas e precisar de ajuda médica.
Nova cepa é menos agressiva
Estudos indicam que a nova cepa não causa tantos danos aos pulmões das pessoas infectadas quanto a Delta ou outras variantes anteriores, pois se multiplica com mais facilidades nas células da garganta do que nas do pulmão.
Por isso, é considerada mais transmissível, o que explica sua rápida disseminação. Dessa forma, a nova variante causa menos problemas graves de saúde, já que vírus que se propagam no tecido do pulmão tendem a ser mais perigosos, apesar de serem menos transmissíveis.
Pesquisadores da Universidade de Liverpool, por exemplo, mostraram que a Ômicron causa “doenças menos graves” em camundongos. O artigo mostrou que os ratos infectados com a variante perdem menos peso, têm cargas virais mais baixas e apresentam pneumonias menos graves. Além disso, os animais se recuperaram mais rapidamente.
Apesar dos estudos mostrarem que a variante Ômicron é menos agressiva, pesquisadores ressaltam que a baixa letalidade não altera os cuidados de sempre para evitar o coronavírus. Dessa forma, não é hora de baixar a guarda e abrir mão de medidas como o uso de máscaras – preferencialmente a PFF2 – distanciamento social, lavar as mãos e fazer uso de álcool em gel 70%.