Maquiagem para o parto: tendência prejudica saúde mental das mães?

Pele corada, cílios volumosos e lábios hidratados fazem parte da nova tendência para as mamães: a maquiagem para o parto. Nas redes sociais, a hashtag #birthingmakeup (do inglês “maquiagem para o parto”) já soma diversas publicações de mães do mundo todo que querem investir em uma aparência mais elaborada para receber o bebê, especialmente se houverem fotos e filmagens.

No Brasil, a prática já é tendência para as influenciadoras. É o caso da influencer Mari Maria, que optou por se embelezar antes de dar à luz ao seu segundo filho.

“[No primeiro parto] Eu estava muito tensa e não consegui fazer maquiagem, mas hoje não é o caso: vamos fazer ‘make’, se arrumar, plena!”, afirmou a Mari que, na ocasião, já apresentava contrações ritmadas.

Outro exemplo é a influenciadora Heidi Montag que contratou uma especialista em maquiagem para produzi-la momentos antes do parto.

@heidimontag It’s about time… #labor #laboranddelivery #pregnant #fyp #getready #makeup #makeuptutorial ♬ About Damn Time – Lizzo

Contudo, os comentários com essa hashtag dividem as opiniões dos seguidores. Alguns internautas apoiam o direito da mulher de querer se sentir bem neste momento e entendem a maquiagem como um gesto de autocuidado. Por outro lado, seguidores também criticam a prática e consideram que os padrões de beleza restringem as mulheres e impõem padrões estéticos difíceis de serem alcançados.

Afinal, existem riscos nessa nova tendência? Ela é positiva com relação à saúde mental das mães? Continue lendo e entenda.

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Maquiagem para o parto

De forma clínica, a maquiagem quando feita antes do parto não oferece riscos para a mãe ou para o bebê, já que geralmente, as mães que optam pelo embelezamento teriam parto cesárea, ou seja, agendado previamente e podem se preparar com antecedência. No entanto, a maquiagem pode ficar mais difícil quando falamos sobre o parto normal, visto que a mulher já sente as dores das contrações.

Dessa forma, quando se fala de beleza e autoestima, a decisão de optar por uma produção mais elaborada para receber o bebê na maternidade é algo pessoal que cabe apenas à mãe. Segundo a psicóloga Rejane Sbrissa, se a maquiagem fizer parte de um ritual de autocuidado da mulher, não há problemas em manter a prática antes do parto.

“A maquiagem para o parto pode ser vista como um símbolo de autoestima se a mulher se sentir melhor e mais a vontade. Porém, a maquiagem passa a ser exagero se virar uma pressão estética. Se, por exemplo, ela se recusar a entrar na sala de parto sem estar maquiada e já em trabalho de parto e outras situações que prejudiquem o nascimento do bebe ou a saúde da mãe”, afirma Rejane.

Por outro lado, a psicóloga alerta que a pressão estética para estar sempre bonita e arrumada pode impactar negativamente a saúde mental da mulher. De acordo com ela, não corresponder a um padrão de beleza imposto socialmente pode gerar estresse, frustração e até mesmo desencadear quadros depressivos. 

Outro ponto que a psicóloga aborda é sobre a supervalorização de momentos nas redes sociais, já que por vezes, a motivação dos registros é aparentar estar bem, devidamente arrumada ou vivendo um momento perfeito. 

Como evitar a pressão estética? 

De acordo com a psicóloga, para evitar que a pressão estética vire um problema, o segredo é apostar no equilíbrio.

“O equilíbrio vem realmente do lado mental, ou seja, cuidar-se psicologicamente, ter autoconhecimento, autoestima, saber quem é, o que gosta, fazer escolhas a seu favor sem pensar em corresponder a expectativas externas a ela.”

Portanto, o ideal é que a mãe esteja o mais confortável possível no momento do parto, seja com ou sem maquiagem. A dica é fazer o que você aquilo que te faça sentir bem, sem deixar que influências ou pressões moldem as suas ações.

Fonte: Rejane Sbrissa, psicóloga cognitivo comportamental.