Malária: quais os sintomas e riscos da doença de Rafa Kalimann?
Após embarcar para uma viagem de trabalho voluntário a Moçambique, a apresentadora Rafa Kalimann precisou interromper os planos e retornar ao Brasil. Kalimann recebeu o diagnóstico de malária, uma doença não contagiosa, mas que exige cuidados rápidos para não ter complicações. Ainda no país africano, ela recebeu os primeiros cuidados para continuar o tratamento em casa.
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O que é malária?
A malária é causada pelo parasita Plasmodium. De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a transmissão pode ocorrer de algumas formas. Principalmente por meio do mosquito Anopheles, mas também pelo uso compartilhado de seringas ou outros objetos com sangue contaminado pela doença. Quando entra em contato com o organismo, o Plasmodium se multiplica e ataca os glóbulos vermelhos. Como resultado, o parasita destrói as células sanguíneas ou as modificam. Nesse último caso, os glóbulos vermelhos aderem mais entre si e às paredes dos vasos sanguíneos, o que favorece o quadro de trombose.
Sintomas
Rafa Kalimann sentiu apenas náuseas, mas a malária costuma demonstrar outros sinais. Segundo o Ministério da Saúde, uma pessoa infectada pode apresentar:
- Febre alta e instável.
- Calafrios e indisposição.
- Dores musculares e de cabeça.
- Taquicardia e aumento do baço.
- Suor excessivo.
Devido aos sintomas parecidos com os da dengue, é comum confundi-la com a malária. Portanto, busque assistência médica logo no início dos desconfortos.
Complicações da malária
Nem todas infecções da malária são um risco à vida, pois variam de acordo com a espécie de Plasmodium. A princípio, são três variações do micro-organismo: P. falciparum, P. vivax e P. malariae. De todos, o mais nocivo é o primeiro: ele age rapidamente no metabolismo do indivíduo e pode desencadear trombose ou anemia profunda, pois afeta mais os glóbulos vermelhos. Além disso, essa espécie é responsável pela malária cerebral, uma variação grave da doença. Nessas condições, a pessoa sente os sintomas gerais da infecção, mas sofre convulsões, delírios, desorientação e mudanças de comportamento. A complicação extrema desse tipo de malária é o coma, que pode ser fatal ou deixar sequelas.
Embora sejam menos perigosos, o P malariae e P.vivax podem ficar “adormecidos” no organismo e causar um novo episódio da doença em meses ou até anos.
Diagnóstico
Há técnicas simples e avançadas para mapear a malária. No Brasil, a gota espessa é um dos exames mais utilizados. Segundo o Ministério da Saúde, o método é simples, rápido e altamente eficaz. Basicamente se observa o parasita pelo microscópio após coloração com corante vital (azul de metileno e Giemsa). Isso permite a identificação da espécie do Plasmodium, com base em suas características e dos estágios de desenvolvimento encontrados na amostra de sangue.
Por outro lado, existem testes rápidos com a mesma proposta e recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).Vale ressaltar que o diagnóstico precoce, sobretudo em infecções severas, oferece mais chances do organismo se recuperar sem enfrentar complicações. Em geral, os sintomas começam a aparecer após uma semana de incubação do Plasmodium.
Tratamento da malária
Começa imediatamente após a descoberta da doença, com uso de medicamento antimalárico (ACTs ou artemisinina) para eliminar o parasita do organismo — em especial, o P. falciparum, que é mais agressivo. Além do antimalárico, casos graves envolvem medicação intravenosa ou intramuscular com artesunato. Às vezes, o tratamento pode começar se houver demora nos resultados, a fim de evitar o avanço da doença. Há ainda a prescrição de cloroquina com primaquina para infecções do P.vivax em algumas regiões do Brasil.
Perguntas frequentes sobre malária
Qual a situação da malária no Brasil?
Atualmente, a maioria dos casos de malária pertence à região amazônica: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. O Distrito Federal também conta com algumas notificações que exigem amplo monitoramento da secretaria de saúde, pois a doença faz mais vítimas letais no estado.
Como prevenir?
Vimos que o maior veículo transmissor é o mosquito Anopheles. Dessa forma, é fundamental eliminar as oportunidades de proliferação do inseto, com uso de inseticidas, telas em portas e janelas, drenagem dos focos de água e limpeza coletiva de bairros e casas.
Onde buscar tratamento?
O Brasil oferece assistência e cuidados gratuitos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Então, basta comparecer a uma unidade de saúde para receber ajuda.
A malária é contagiosa?
Não, o indivíduo contrai a doença por meio de picada do mosquito contaminado ou ao compartilhar seringas ou objetos com sangue infectado.
Referências: Ministério da Saúde; Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); e Médicos Sem Fronteiras.