Lúpus eritematoso sistêmico: cinco verdades sobre a doença

Saúde
20 de Janeiro, 2023
Lúpus eritematoso sistêmico: cinco verdades sobre a doença

O Lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune, cujos sintomas podem surgir em diversos órgãos ou sistemas de forma lenta e progressiva ao longo de semanas ou meses.

Assim, pessoas diagnosticadas com a doença têm fases com maior atividade e períodos de remissão, isto é, quando a doença permanece sob controle. O lúpus exige cuidados e precisa do acompanhamento de especialista, preferencialmente um reumatologista.

Para desmistificar algumas máximas que cercam a doença, o Dr. Odirlei André Monticielo, chefe do Serviço de Reumatologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e Marco Aurélio, coordenador de advocacy, comentam sobre as verdades da enfermidade. Confira!

Leia mais: Lúpus (LES): o que é a condição de Selena Gomez

5 verdades sobre o Lúpus eritematoso sistêmico

A frequência do Lúpus é maior em mulheres

De acordo com  o reumatologista, a doença é muito mais frequente nas mulheres em idade reprodutiva, principalmente dos 15 aos 45 anos. Nesta faixa etária, o LES chega a ser dez vezes mais comum no sexo feminino.

A paciente com Lúpus eritematoso sistêmico pode engravidar

O médico esclarece que as pacientes com LES podem engravidar, desde que tudo seja muito bem planejado. Por isso, durante a consulta médica, é preciso esclarecer o desejo de engravidar. Desta forma, o profissional poderá informar sobre os fatores que podem interferir na gestação, avaliar se a doença está sob controle, se as medicações usadas são compatíveis ou se não há contraindicações.

O sol é um dos gatilhos do Lúpus

Geralmente, há um gatilho que deflagra o LES. Dentre os gatilhos ambientais, a exposição solar é um dos principais. Por isso, geralmente é recomendada a fotoproteção com protetor solar ou barreira física, além de evitar a exposição solar, ressalta o médico.

O Lúpus não tem cura

De acordo com o especialista, a descoberta da doença é um fator muito impactante para os pacientes. Assim, ele explica que o LES é uma doença autoimune crônica e que não possui cura. No entanto, o diagnóstico e o tratamento precoces são a chave para um melhor resultado na qualidade de vida relacionada à saúde e em diminuir a progressão e a gravidade da doença. Uma boa notícia é que o prognóstico mudou e melhorou nas últimas décadas, quando comparado com as décadas anteriores.

Acesso aos tratamentos no SUS são fundamentais

Para Marco Aurélio, é fundamental promover o acesso dos pacientes aos tratamentos que estão disponíveis para a doença. Desta forma, o SUS e o Estado investem no paciente, para que ele tenha mais qualidade de vida relacionada à saúde.

Além disso, recentemente houve a incorporação de um novo tratamento no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para o tratamento da nefrite lúpica pelo Ministério da Saúde. De acordo com Marco, é importante, ainda, a contribuição da população quanto à incorporação de novos tratamentos para o Lúpus no SUS.

Fontes:

  • Dr. Odirlei André Monticielo, professor Associado do Departamento de Medicina Interna da FAMED/UFRGS, chefe do Serviço de Reumatologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e Coordenador do ambulatório de Lúpus Eritematoso Sistêmico do HCPA;
  • Marco Aurélio, coordenador de advocacy do Grupo de Apoio aos Pacientes Reumáticos do Ceará (Garce).

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