Lombalgia: o que é, sintomas e tratamento
Que atire a primeira pedra quem nunca se queixou de dor nas costas — ou na região lombar, na parte inferior das costas. Chamada lombalgia, a condição é a segunda razão de idas ao médico. De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), entre 65% e 80% da população mundial desenvolve dor na coluna em alguma etapa da vida.
O que é lombalgia?
A lombalgia é um termo para qualquer dor na região da lombar. A seguir, o neurocirurgião Marcelo Amato, especialista em endoscopia de coluna e cirurgia minimamente invasiva de coluna, de São Paulo (SP), explica mais sobre essa dor tão corriqueira, porém tão incômoda.
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Tipos de lombalgia
A princípio, os tipos de lombalgia são aguda e crônica, e se diferencial pela duração da dor:
Aguda
Geralmente perdura de quatro a seis semanas e a mais prevalente entre a população adulta. Estima-se que até 90% das pessoas tenham esse tipo de dor, mais frequente entre 35 e 50 anos de idade. Dentre as causas, destacam-se esforço excessivo da região, como carregar peso por muito tempo; dormir ou sentar-se com a postura inadequada; falta de exercício físico e fortalecimento muscular; e até movimentos bruscos, como virar de costas ou levantar-se podem gerar a lombalgia aguda.
Crônica
Mais persistente, a lombalgia crônica ocorre por causa de hábitos repetitivos, como passar muito tempo sentado ou trabalhar segurando pesos. Ela ainda pode ser consequência de outros problemas de coluna, como hérnia de disco, desvios e deformidades.
Quais as causas da lombalgia?
Além dos motivos que citamos acima, a lombalgia tem outras razões. Por exemplo:
- Tumores.
- Cálculos renais.
- Doenças como fibromialgia, espondilite anquilosante e osteoartrite.
- Lesões musculares ou de artérias próximas da coluna.
- Herpes zoster.
- Compressão de nervos na região vertebral e até do nervo ciático.
- Gravidez ectópica.
Sintomas
A dor na lombar, típica da lombalgia, pode envolver outros incômodos. Afinal, a condição pode ser mais do que uma simples dor nas costas. Portanto, fique de olho se as crises tiverem:
- Dores de cabeça.
- Dor que irradia para outros locais.
- Febre, suor excessivo e indisposição.
- Incontinência urinária ou fecal.
- Dificuldade para respirar.
Diagnóstico
O diagnóstico da lombalgia é clínico. Ou seja, feito a partir da descrição que o paciente faz de sintomas e sinais. Contudo, se houver outros sintomas associados, como febre, perda de peso, formigamento, dormência, déficit neurológico, dificuldade de locomoção ou trauma físico, o médico pode precisar descartar doenças mais graves. Dessa forma, ele pode solicitar exames de imagem como o raio-X, ressonância magnética ou tomografia computadorizada, além de testes laboratoriais.
Tratamento
Varia de acordo com a causa da lombalgia. Assim, os cuidados são abrangentes, pois existem inúmeros motivos para a dor. De forma geral, o médico pode sugerir alterações na rotina do paciente. Por exemplo, fazer fortalecimento para melhorar a postura, fisioterapia e outros recursos que auxiliam no ajuste da coluna, se este for o problema. De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, mais de 50% dos pacientes melhoram após 1 semana e 90% após 8 semanas.
Todavia, se há algum sinal de alerta para uma doença mais grave, como hérnia de disco, a cirurgia de coluna torna-se uma opção.
Remédios para lombalgia
Para aliviar a dor, seja ela aguda ou crônica, são prescritos anti-inflamatórios e analgésicos. Entretanto, vale dizer que o tipo de medicamento depende da origem da dor.
Exercícios para lombalgia
São indicados depois que a inflamação cessa para evitar o agravamento da dor. Então, se o desconforto estiver relacionado a má postura ou falta de força muscular, as melhores modalidades são musculação, treinamento funcional, Pilates, yoga e atividades que incluam exercícios para região lombar. Outra alternativa que pode melhorar a dor lombar, especialmente a crônica, é a natação ou a hidroterapia.
A hidroterapia, como a fisioterapia na água é chamada, tem vários benefícios, já que o ambiente aquático promove um ganho importante de força muscular pela resistência natural que a água oferece. “Outros fatores benéficos são melhoria no equilíbrio, redução de impacto, ausência de risco de quedas e relaxamento muscular, quando a temperatura da água está adequada”, afirma Diego Leite, especialista em Fisiologia do Exercício e fisiologista do HCor.
No entanto, ela não deve ser a única solução. “Cada tratamento exige uma avaliação e recomendação específicas. Assim como atividades aquáticas podem ser boas para um determinado grupo, elas podem não ser a melhor alternativa para outros”, reforça o especialista, que também é diretor da DLB Assessoria Esportiva.
Perguntas frequentes
Quais médicos procurar?
Ortopedistas, reumatologistas e clínicos gerais podem ajudar na jornada de diagnóstico e cuidados com a lombalgia.
Como prevenir a lombalgia?
Para prevenir dores na lombar, o principal objetivo deve ser fortalecer a musculatura da região. Acima de tudo, bons hábitos são fundamentais, a começar pelos exercícios físicos moderados e com orientação profissional. Além disso, cuidar da postura na hora de sentar-se, andar e até dormir também são medidas importantes.
Por fim, parar de fumar, evitar ganhar peso e manter uma vida equilibrada são cuidados que melhoram a saúde como um todo e servem para dores na coluna.
O que acontece se a lombalgia não for tratada?
Se for menosprezada, a lombalgia pode levar a problemas mais sérios a longo prazo, como desvios na coluna, deformidades ou hérnias de disco. Por isso, não se acostume com a dor e procure auxílio médico.
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