Língua de Covid pode ser um sinal de infecção pelo vírus
Os sintomas e sequelas da Covid-19 vêm sendo estudados desde o início da pandemia. Perdas de olfato e paladar são exemplos já bem conhecidos — e comuns na população. Mas sempre aparecem novas informações a respeito da doença, como a língua de Covid.
Segundo uma pesquisa publicada na revista especializada British Journal of Dermatology, a língua de Covid pode detectar a infecção pelo vírus.
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“Encontramos algumas alterações na língua que até então não tinham sido relacionadas à Covid-19. É como se a língua estivesse inchada, na qual é possível ver as marcas dos dentes. Mas o órgão também pode estar despapilado, com pequenos buraquinhos em áreas de seu dorso, onde as papilas ficam achatadas. Vê-se como uma língua com manchas rosadas”, afirma Almudena Nuño González, dermatologista e autora do estudo.
Os resultados do estudo sobre a língua de Covid
A pesquisa contou com a participação de 666 pessoas com média de 56 anos. Assim, quase metade eram de origem latino-americana e todos apresentavam casos de pneumonia leve ou moderada.
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Após coletar dados dos participantes, os pesquisadores descobriram que mais de 25% dos voluntários apresentavam algum tipo de alteração na mucosa oral:
- Papilite lingual transitória: 11% — uma doença inflamatória que causa pequenas protuberâncias na língua;
- Úlceras bucais: 7%;
- Língua dilatada com marcas dos dentes nos laterais: 7%;
- Sensação de ardência: 5%;
- Inflamação da língua com a despapilação: 4%.
Ainda de acordo com os especialistas, as causas da língua de Covid estavam relacionadas a medicamentos ou a alterações por conta da ventilação com oxigênio. Isso porque o procedimento deixa a boca seca e pode irritar a língua.
“É uma descoberta que pode auxiliar no diagnóstico, como a perda do olfato ou do paladar. São sintomas muito característicos”, explica González.