Lapso de memória: o que é, causas e quando procurar ajuda
O lapso de memória é uma situação muito comum no dia-a-dia. No entanto, o incômodo começa a aparecer quando nos esquecemos de informações valiosas, como nome de pessoas ou até compromissos importantes. Mas afinal, quando é necessário buscar ajuda médica? Saiba mais a seguir.
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Lapso de memória: o que é
Sabe quando você está com a palavra na ponta da língua mas não consegue se lembrar? Isso é um lapso de memória, situação em que uma informação é esquecida temporariamente. Na maioria das vezes, o esquecimento é causado pela falta de atenção, algo muito comum em pessoas multitarefas, como explica a psiquiatra Danielle H. Admoni, em uma entrevista à Agência Brasil:
“Se a gente está focado em muitas coisas, a nossa atenção diminui e, consequentemente, a nossa memória recente também”, explica a preceptora na residência da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp).
No entanto, é importante esclarecer que esquecer uma informação importante nem sempre é um indicativo de problemas de saúde. O que determina a gravidade do problema é a recorrência com que isso acontece. Portanto, esquecer informações de vez em quando é algo normal e inerente a qualquer pessoa. Esse esquecimento pode ser causado por estresse, ansiedade ou até falta de atenção no momento inicial do recebimento da informação.
Contudo, se o problema vira recorrente, é o momento de buscar ajuda médica para entender possíveis quadros que têm o esquecimento como sintoma.
Sintomas
A seguir, confira alguns sintomas do lapso de memória:
- Não se lembrar do nome das pessoas;
- Esquecer objetos pessoais valiosos, como chaves, carteira ou celular;
- Esquecer compromissos;
- Não se lembrar de informações recentes;
O que causa lapso de memória
A psicóloga Rosângela Casseano explica que diversos eventos podem causar lapsos de memória, no geral estão mais associados ao cansaço físico e ao estresse mental. Veja os principais outros motivos que causam esquecimento:
- Estresse
- Ansiedade e depressão
- Privação de sono
- Hipotireoidismo
- Uso de medicamentos
- Deficiência de vitaminas (especialmente B12)
- Colesterol elevado
Como amenizar os lapsos de memória?
Embora comuns, os lapsos de memória podem ser frustrantes e preocupantes quando ocorrem com frequência. Porém, existem algumas estratégias e hábitos saudáveis que você pode adotar para ajudar a tratar e prevenir esses episódios.
O primeiro e mais importante deles é adotar uma alimentação balanceada. Isso porque o que comemos influencia no modo que mantemos a saúde do nosso cérebro, o que impacta nas funções cognitivas. Então, priorize alimentos ricos em antioxidantes, como frutas, peixes e vegetais.
Além disso, você também pode adotar sistemas que proporcionem uma memória a longo prazo, como investir em ferramentas de organização (agendas e aplicativos) para te ajudar a lembrar de compromissos importantes. Nesse sentido, vale exercitar o cérebro com medidas simples e dinâmicas, como jogos de memória, xadrez ou até palavras cruzadas. Atividades cotidianas têm grande valor na manutenção da memória, então adote o hábito da leitura.
Dica da especialista
“Todos os dias, precisamos limpar (ou deletar) informações da qual não são úteis para nosso dia a dia para não nos sobrecarregarmos de memórias que do ponto de vista sobrevivência são inúteis. Por exemplo: qual o calçado usei na quinta passada? Isto posto, devemos realmente nos preocupar com os lapsos de memórias, quando se tornam persistentes e trazem risco a vida da pessoa, situações como deixar o fogo acesso reiteradamente, esquecer de tomar suas medicações, contar a mesma história várias vezes… Esses são sintomas como esses que indicam que pode haver algo mais sério no nosso cérebro e mente”, explica a psicóloga.
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Quando procurar ajuda médica?
Se os lapsos de memória se tornarem frequentes ou incômodos, atrapalhando a qualidade de vida, a pessoa deve procurar ajuda médica com um neurologista. Vale ressaltar que o lapso de memória pode sugerir o início de questões de saúde mental mais sérias, como a demência, Alzheimer, lesão traumática no cérebro e até tumor. Portanto, não deixe de buscar uma avaliação médica.
“Ao procurar um profissional qualificado (médico ou psicólogo), ele pesquisará como estão as emoções do paciente, questões relacionadas à falta de atenção e concentração, alimentação, sedentarismo, até históricos familiares de doenças neurodegenerativas, para criar hipóteses de diagnóstico e assim promover os tratamentos mais assertivos, que podem ser medicamentoso, psicoterápico, terapia ocupacional, fisioterapia, entre outros”, complementa a psicóloga.
Existe tratamento para lapso de memória?
O tratamento para reduzir os episódios de esquecimento está relacionado a causa diagnosticada pelo médico ou psicólogo. Segundo Rosângela, o processo pode incluir reposição de vitaminas, estabilidade hormonal, química e acompanhamento psicológico.
“Antes mesmo do tratamento, devemos pensar sempre em prevenção. Com isso, mantermos uma vida saudável com boas escolhas alimentares, prática de atividades físicas em qualquer idade, check-up médico anual pesquisando sobre pressão, diabetes, problemas de metabolismo, evitar cigarro e exageros com bebidas alcoólicas e obesidade, também questões comportamentais como o isolamento social”, aconselha a profissional.
Fonte: Rosângela Casseano, psicóloga, terapeuta cognitivo comportamental e CEO da PsicoPass.
Referências: Manual MSD; Agência Brasil.