Infertilidade secundária: causas e tratamentos

Gravidez e maternidade Saúde
16 de Fevereiro, 2023
Infertilidade secundária: causas e tratamentos

Dificuldade para ter um filho é um assunto que vem sendo discutido cada vez mais, mas esse não é um problema que se resume à primeira gravidez. Alguns casais, mesmo após gerar um ou mais filhos de concepções naturais, ainda podem apresentar uma condição que é chamada de infertilidade secundária. Continue lendo e entenda quais são as causas e como tratar a condição. 

Veja também: Gravidez pós-parto: quando engravidar de novo?

Infertilidade secundária

A infertilidade secundária ocorre aproximadamente na mesma taxa que a infertilidade primária, ou seja, quando os casais não conseguem conceber seu primeiro bebê, é o que afirma o Dr. Rodrigo Rosa, médico ginecologista e especialista em reprodução humana. Segundo ele, a condição afeta ambos os sexos igualmente, sendo que cerca de 10% das mulheres em idade fértil têm problemas para engravidar ou permanecer grávidas.

“Diagnosticar a causa dessa infertilidade secundária é fundamental para indicar o tratamento adequado, que pode ser com cirurgias, medicamentos ou técnicas de reprodução assistida”, acrescenta o médico.

Assim, questões como envelhecimento, distúrbios de ovulação, baixa contagem de espermatozoides e outros fatores podem reduzir as chances de dar à luz a um segundo filho. Portanto, o Dr. Rodrigo aponta que, embora a infertilidade secundária possa ser uma surpresa para muitos casais, ela pode ser tratada com sucesso.

Nesse sentido, quanto antes a condição for identificada, melhor, já que até 90% dos casos de infertilidade podem ser tratados com medicação ou cirurgia, de acordo com a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM).

Como identificar a infertilidade secundária

Para diagnosticar a causa da infertilidade, os médicos tentarão descobrir o que mudou desde a última gravidez. Portanto, o Dr. Rodrigo aponta que os profissionais devem revisar os históricos médicos e a saúde atual; e discutir possíveis testes para ajudar a determinar a causa da infertilidade.

Assim, os homens podem passar por uma análise de sêmen. Testes comuns para mulheres incluem: exame de sangue para checar os níveis hormonais, exame pélvico, raio-X do útero chamado histerossalpingografia (HSG) para mostrar quaisquer cicatrizes ou irregularidades, raio-X das trompas de falópio, ultrassom transvaginal para ver se uma mulher está ovulando e para verificar sua oferta de óvulos.

Principais causas da infertilidade secundária

A infertilidade pode ter como base problemas que também aconteceram na primeira gestação ou serem decorrentes de novas variantes que impeçam a concepção de um novo filho. Nesse sentido, o médico ginecologista aponta que, se a mulher tem menos de 35 anos e está tentando engravidar há pelo menos um ano; ou se ela tem 35 anos ou mais e está tentando há seis meses, é importante que o casal marque uma consulta com um especialista em fertilidade.

Assim, as principais causas da infertilidade secundária são: 

Envelhecimento

O principal fator de infertilidade é o envelhecimento. “No geral, casais com infertilidade secundária são mais velhos do que aqueles com infertilidade primária. Enquanto casais saudáveis na faixa dos 20 e 30 anos têm 25% de chance de engravidar em um ciclo, esse número cai vertiginosamente quando a idade avança. Aos 40 anos, a chance de uma mulher ter sucesso na gravidez é inferior a 5% por ciclo. Isso se deve principalmente ao fato de que a quantidade e a qualidade dos óvulos de uma mulher diminuem com a idade”, diz o médico.

Já entre os homens, os fatores de risco de infertilidade secundária incluem também o envelhecimento. “Os homens podem ter uma contagem de espermatozoides mais baixa ou com baixa motilidade (movimentos dos espermatozóides) após os 40 anos. Níveis baixos de testosterona também podem ser um problema. A produção de espermatozoides depende da testosterona. Portanto, os níveis de testosterona podem diminuir devido ao envelhecimento, lesões nos órgãos urinários e genitais ou certas condições médicas”, ressalta o especialista.

Distúrbios da ovulação

Cerca de 1 em cada 4 mulheres com infertilidade tem distúrbios de ovulação, segundo o Dr. Rodrigo Rosa. Assim, as mulheres podem ter problemas de ovulação por muitas razões além do envelhecimento, incluindo: condições da tireoide, como hipotireoidismo ou doença de Hashimoto, síndrome dos ovários policísticos (SOP) e insuficiência ovariana primária e outros fatores, como distúrbios autoimunes, sobrepeso e maus hábitos de vida.

Varicocele testicular

Esse problema pode atingir cerca de 30% dos homens inférteis, também é relacionada com a infertilidade secundária. Assim, a condição causa um alargamento das veias no escroto que pode causar baixa produção de espermatozoides.

Dessa forma, problemas na próstata, medicamentos, sobrepeso e maus hábitos de vida também podem ser fatores limitantes para quem deseja ter um segundo filho. Por outro lado, o especialista aponta que às vezes, por mais frustrante que seja, os médicos não conseguem encontrar razões médicas para a esterilidade secundária, que é conhecida como infertilidade inexplicável.

Tratamentos para infertilidade secundária

Por fim, uma vez que a causa é identificada, os médicos podem desenvolver um plano de tratamento para aumentar as chances de conceber um filho. Assim, os tratamentos variam de acordo com a causa, há quanto tempo o casal tenta engravidar e outros fatores. Os principais tratamentos para infertilidade secundária são:

  • Medicamentos para fertilidade ajudam a estimular hormônios que apoiam a ovulação. Assim, esses remédios podem ser orais ou injetados. 
  • Cirurgia em mulheres que consiste em um procedimento minimamente invasivo chamado histeroscopia é usado para tratar a endometriose, limpar os bloqueios das trompas de Falópio ou remover tecido cicatricial, pólipos e miomas do útero.
  • Cirurgia em homens para remover varicoceles. Além disso, o processo cirúrgico também pode corrigir tubos de epidídimo bloqueados ou com cicatrizes que armazenam e transportam esperma e vasectomias reversas.
  • Reprodução assistida: método de fertilidade que envolvem o manuseio de óvulos, espermatozóides ou embriões, têm taxa de sucesso de 24%

Nesse sentido, de acordo com o médico, dois dos procedimentos mais comuns são a fertilização in vitro e a inseminação intrauterina (IIU). “Esses tratamentos podem possibilitar e viabilizar o segundo filho”, finaliza o médico.

Fonte: Dr. Rodrigo Rosa, médico ginecologista obstetra especialista em Reprodução Humana e sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime.

Referência: Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM).

 

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