Infertilidade: Quando procurar um especialista em reprodução humana?
Cerca de 8 milhões de casais sofrem atualmente com infertilidade no Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Reprodução Assistida. Infelizmente, muitos demoram demais para buscar ajuda, e nesse sentido, a idade pode agir como uma bomba-relógio contra a fertilidade e representa um fator determinante para o sucesso de uma concepção. Mas afinal, quando é necessário buscar ajuda? Confira a seguir!
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Tabu da infertilidade
Segundo o Ministério da Saúde, a condição é descrita como uma dificuldade de um casal obter gravidez no período de um ano tendo relações sexuais sem o uso de nenhuma forma de anticoncepção. Ou seja, a infertilidade nem sempre é uma sentença definida e pode ser revertida em diversos casos.
Mas ao longo da busca pelo exame positivo, o casal pode se deparar com estigmas, pressões sociais e até mesmo preconceitos. Principalmente no que se refere à infertilidade masculina, que os afastam dos tratamentos necessários. Em muitos casos, a expectativa familiar para aumentar a família é tão grande, que pode levar homens e mulheres a esconder a sua dificuldade e causar sofrimento emocional.
Contudo, é importante entender que é possível atuar sobre as principais causas de infertilidade e obter sucesso. A seguir, veja quais são elas:
- Tabagismo;
- Excesso de bebidas alcoólicas;
- Alimentação desbalanceada
- Estresse
- Peso inadequado
- Sono desequilibrado
Quando procurar um especialista em reprodução humana?
De forma geral, para enfrentar o tabu da infertilidade, a orientação é procurar um médico especialista quando o casal está tentando engravidar sem sucesso há 1 ano.
No entanto, segundo o médico ginecologista Luiz de Campos, se a mulher tem mais de 35 anos, ou tem irregularidade menstrual, histórico de doenças ginecológicas, endometriose, síndrome do ovário policístico, uso de medicamentos ou outras condições que possam afetar a fertilidade, é recomendado procurar ajuda médica após seis meses de tentativas sem sucesso.
“Isso porque a idade da mulher é o principal fator prognóstico de gravidez. O tempo é implacável não só na quantidade de óvulos, mas também na qualidade deles. Essa queda da fertilidade acontece a partir dos 30 anos. Porém, a partir dos 35 anos é uma queda muito mais acentuada”, complementa o Dr. Rodrigo Rosa, médico ginecologista e obstetra, especialista em reprodução humana.
A infertilidade masculina também pode atrapalhar os planos de trazer um novo integrante para a família. Nesse sentido, mudar os hábitos alimentares também pode ajudar, visto que já se comprovou que a alimentação do homem também influencia nesse processo e, por isso, também deve receber atenção.
Infertilidade: enfrentar o diagnóstico e buscar tratamentos
Para tratar a infertilidade, o acompanhamento médico pode prescrever a necessidade de medicamentos, terapia hormonal, cirurgias e até mudanças no estilo de vida, adotando uma alimentação mais saudável, prática de atividades físicas e controle de peso.
Além disso, existem os tratamentos de fertilização in vitro, procedimento em que os óvulos são coletados da mulher, fertilizados em laboratório, inseminação uterina, que envolve a colocação direta de espermatozoides dentro do útero da mulher, e até doação de óvulos ou espermatozóides, que acontece quando o parceiro (a), não pode produzi-los.
Dessa forma, lidar com a multiplicidade de decisões médicas e as incertezas que a infertilidade traz pode criar uma grande agitação emocional. “A orientação especializada consegue minimizar esses impactos. O que dá espaço à esperança, com o tratamento, e à felicidade, com a concepção – quando ela é conquistada”, finaliza o Dr. Rodrigo.
Fonte:
- Dr. Luiz de Campos, médico ginecologista.
- Dr. Rodrigo Rosa, Ginecologista obstetra especialista em Reprodução Humana e sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo, e do Mater Lab, laboratório de Reprodução Humana.