Infarto em mulheres: sintomas exigem atendimento imediato

Saúde
08 de Março, 2024
Infarto em mulheres: sintomas exigem atendimento imediato

No mundo, mais de 17 milhões de pessoas morrem por ano vítimas de doenças cardiovasculares, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Além disso, estudos comprovam que cerca de 30% dos casos são de infarto em mulheres.

Saber identificar os sinais da condição e buscar atendimento médico imediato aumentam (e muito) as chances de sobrevivência. O principal sintoma, que manifesta-se em mais de 80% das pessoas, é a típica dor no peito, explica a médica cardiologista intervencionista Dra Viviana Lemke, membro da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI).

“É frequentemente descrita como uma sensação de aperto, pressão ou esmagamento, que pode irradiar para braços (mais comumente o esquerdo), ombros, pescoço, mandíbula, costas ou até mesmo o estômago”, diz.

Geralmente, as mulheres apresentam um número maior de sintomas adicionais de dor torácica do que os homens. São queixas mais inespecíficas, que podem acabar confundindo a paciente. Por exemplo: dor no pescoço, fadiga, falta de ar, náusea e até mesmo distúrbios do sono e ansiedade.

Infarto em mulheres: afinal, quando buscar ajuda?

De acordo com a Dra Viviana Lemke, a presença de um ou mais dos sinais descritos anteriormente não confirma, necessariamente, um infarto. “Mas a atenção médica imediata é essencial para um diagnóstico correto e o tratamento.”

Para ela, essa variação dos sintomas entre os sexos destaca a importância de uma conscientização ampla sobre os sinais de alerta do infarto. Desse modo, a população consegue buscar mais rapidamente a assistência médica, ato que pode salvar muitas vidas.

“Especialmente se a paciente for portadora de fatores de risco para doenças do coração (tabagismo, diabetes, obesidade, hipertensão e história familiar de infarto), é crucial agir rapidamente, pois a pronta resposta pode ser decisiva para o resultado do tratamento e para a sobrevivência do indivíduo.”

Assim, ao identificar qualquer indício de um possível quadro de infarto, a dica é parar o que está fazendo e tentar manter a calma. “Peça ajuda ou ligue para os serviços de emergência. Não perca tempo!”

Infarto em mulheres: é possível prevenir?

Segundo a médica, é possível diminuir o risco de infarto e de outras doenças cardiovasculares por meio da redução dos fatores de risco. “A prevenção envolve uma combinação de mudanças no estilo de vida, controle de condições de saúde preexistentes e, em alguns casos, de medicação”, afirma.

A seguir, a cardiologista destaca alguns hábitos importantes:

Dieta saudável

“Consuma uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais e fontes magras de proteína. Isso inclui limitar o consumo de gorduras saturadas, gorduras trans, colesterol, sal (sódio) e açúcares.

Dê preferência a alimentos ricos em ácidos graxos ômega-3, como peixes de águas frias (salmão, cavala, sardinha), nozes e sementes de linhaça, que têm benefícios comprovados para a saúde do coração.”

Peso adequado

“Controle o peso corporal para evitar a obesidade ou o sobrepeso, condições que aumentam significativamente o risco de doenças cardíacas.”

Exercícios regulares

“A atividade física regular ajuda a manter o coração forte e saudável. Recomenda-se pelo menos 150 minutos de exercício aeróbico de intensidade moderada ou 75 minutos de exercício de alta intensidade por semana, além de exercícios de fortalecimento muscular.”

Não fumar

“O tabagismo é um dos principais fatores de risco para doenças cardíacas. Parar de fumar pode reduzir drasticamente o risco de um infarto.”

Limitar o consumo de álcool

“O consumo excessivo de álcool pode aumentar a pressão arterial e o risco de doenças cardíacas. Limitar o consumo de álcool está associado a um menor risco de infarto.”

Menos estresse

“Práticas de redução do estresse, como meditação, exercícios de respiração e passatempos relaxantes, podem diminuir o risco de doenças cardíacas.”

Controle de comorbidades

“Hipertensão, colesterol alto e diabetes são condições que aumentam significativamente o risco de infarto. É crucial gerenciar essas condições com a ajuda de profissionais de saúde, o que pode incluir mudanças no estilo de vida e medicação.”

Check-up em dia

“Realizar check-ups regulares permite a detecção precoce e o tratamento de condições de saúde que podem aumentar o risco de um infarto. Discuta com seu médico sobre a melhor estratégia de prevenção com base no seu histórico de saúde e risco individual.”

Fonte: Dra Viviana Lemke, médica cardiologista intervencionista e membro da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI).

Sobre o autor

Amanda Panteri
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em alimentação saudável.

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