Infarto, AVC e angina: saiba as diferenças entre as condições
Principal causa de mortes no Brasil, as doenças cardiovasculares ainda carecem de conscientização sobre seus perigos. De acordo com o estudo PURE (Population Urban and Rural Epidemiology), coordenado no Brasil pelo Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em 2022, quase 70% das mortes e dos eventos cardiovasculares poderiam ter sido evitados. Nesse sentido, é importante entender as diferenças entre as principais doenças que acometem a população, como o infarto, AVC e angina.
Antes de falarmos sobre cada uma, a prevenção é uma arma potente e acessível. Simples mudanças na alimentação podem fazer a diferença e impedir a evolução de enfermidades desse tipo.
Alguns alimentos são aliados na promoção da saúde do coração, fornecendo nutrientes essenciais e ajudando a reduzir o risco de complicações cardíacas. Ao mesmo tempo, é vital estar ciente do que pode prejudicar o coração.
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Diferenças entre AVC, infarto e angina
Para muitos, os termos “AVC”, “infarto” e “angina” podem ser a mesma coisa, mas não são. Segundo Leandro Costa, cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, cada uma tem características específicas que demandam tratamentos e ações distintas.
Infarto agudo do miocárdio
O cardiologista explica que o infarto agudo do miocárdio é uma emergência médica. Ela causa o bloqueio das artérias coronárias, interrompendo fluxo sanguíneo ao músculo cardíaco, que ao ficar sem sangue, perde oxigênio e morre.
Quando isso acontece, a pessoa sente uma dor intensa no peito, que pode irradiar para o pescoço, axilas, costas ou braços. Além disso, apresenta outros sintomas: mal-estar, enjoo, tontura, palidez e falta de ar.
“Reconhecer esses sinais é crucial, pois permite um tratamento precoce, o que, por sua vez, melhora significativamente as chances de recuperação”, orienta.
AVC (acidente vascular cerebral)
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) reportou recentemente um crescimento de 20,2% no número de atendimentos de vítimas de AVC no Estado. Os dados são referentes ao primeiro semestre de 2023 em comparação ao mesmo período de 2022.
O AVC é uma condição que se divide em dois tipos principais: o hemorrágico e o isquêmico. O cardiologista explica que “o hemorrágico ocorre quando vasos sanguíneos no interior do cérebro se rompem, resultando em sangramento. Já o isquêmico é o mais incidente e acontece quando há obstrução das vias sanguíneas que abastecem o cérebro, em razão de uma trombose ou embolia”.
Isso leva a uma variedade de sintomas, incluindo perda súbita de força ou sensibilidade, visão prejudicada, alterações na fala e dores de cabeça intensas.
É importante destacar que um AVC é um problema que requer intervenção imediata. Os sintomas são semelhantes nos casos de AVC hemorrágico e isquêmico.
Angina
Por fim, o especialista explica que a angina é a manifestação clínica, sintomática, da redução ou interrupção do fluxo sanguíneo nas artérias que irrigam o coração. Ela pode acontecer junto com o infarto. Ou seja, quando há a redução do fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco, dores intermitentes ou pressão no peito, sobretudo durante atividades físicas.
“É interessante notar que, em alguns casos, o repouso pode aliviar esses sintomas, e embora seja uma condição séria, a angina geralmente não resulta em danos permanentes ao coração, ao contrário do infarto”, conta o médico.
AVC, infarto e angina: a importância da alimentação
Segundo a Organização Mundial de Saúde, dietas pouco saudáveis são um dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares. Portanto, a relação entre alimentação e saúde cardiovascular é inegável e de grande relevância.
“Uma dieta equilibrada e consciente, aliada à prática regular de exercícios físicos, não apenas pode ajudar a reduzir os fatores de risco, mas também desempenha um papel crucial na manutenção da saúde do coração a longo prazo”, ressalta o médico.
Neste contexto, sabendo da influência da alimentação em nossa saúde cardiovascular, vale destacar os alimentos que precisamos evitar. São eles:
Gorduras saturadas, presentes em carnes vermelhas, embutidos como bacon, salsichas, manteiga e queijos gordurosos, são conhecidas por elevar os níveis de colesterol LDL (o “colesterol ruim”), contribuindo para o acúmulo de placas nas artérias coronárias, assim, aumentando o risco de doenças cardiovasculares.
As gorduras trans, presentes em produtos ultraprocessados como fast-food, não só aumentam o colesterol LDL, mas diminuem o colesterol HDL (o “colesterol bom”).
Além disso, o consumo excessivo de sódio, comum em alimentos processados, pode aumentar a pressão arterial. Enquanto o açúcar adicionado contribui para inflamação e ganho de peso, fatores que podem contribuir para doenças cardíacas.
“Evitar esses alimentos e optar por alternativas saudáveis, como frutas, vegetais e grãos integrais é fundamental para promover um estilo de vida com um coração saudável. Ressaltando que qualquer mudança significativa nos hábitos deve ser avaliada por um profissional de saúde”, completa.