Inebilizumabe: fármaco para neuromielite óptica é aprovado pela Anvisa
Uma boa notícia para quem convive com a neuromielite óptica. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o inebilizumabe, medicamento que controla os surtos do distúrbio.
O fármaco será comercializado com o nome Uplizna pela Horizon Therapeutics. “Desde a nossa chegada no Brasil, sempre tivemos compromisso com a comunidade de neuromielite óptica. Assim, esta aprovação é um marco importante para nós e representa uma nova perspectiva para os pacientes. Agora, o nosso empenho será para que os pacientes tenham acesso ao tratamento o mais rápido possível”, comenta Fábio Ivankovich, porta-voz da Horizon Therapeutics no Brasil em comunicado oficial.
Veja também: Afinal, chocolate amargo faz bem? Estudo aponta controvérsias
Achados clínicos do inebilizumabe
Durante as pesquisas do medicamento, houve uma redução significativa no risco de um surto da doença nos voluntários. A princípio, os participantes receberam duas infusões do inebilizumabe por ano.
Após as doses de ataque iniciais, em que 87% dos pacientes no grupo com autoanticorpo sérico específico da NMO detectado (AQP4-IgG+) permaneceram livres de recaídas por seis meses pós-tratamento. Além disso, 83% dos indivíduos não tiveram novos episódios por pelo menos quatro anos pós-tratamento.
O que é a neuromielite óptica?
A neuromielite óptica (NMOSD) é uma condição autoimune e bastante rara. Estima-se que 10 mil pessoas no Brasil convivam com a doença. A principal característica da NMOSD é a inflamação no sistema nervoso central. Ela ataca sobretudo o nervo óptico, medula espinhal, cérebro e tronco cerebral. Isso acontece devido à produção de um anticorpo chamado antiaquaporina (anti-AQP4), que atinge a proteína responsável pelo transporte de água no sistema nervoso.
Como resultado, ocorre a destruição de células e fibras nervosas na medula espinhal e no nervo óptico. As sequelas podem ser perda de visão, paralisia, perda de sensibilidade, disfunção da bexiga e do intestino e insuficiência respiratória, por exemplo.
Ao contrário de outras doenças autoimunes, as pessoas com NMOSD normalmente não se recuperam totalmente dos surtos. Estima-se que 69% dos pacientes tenham perda severa de visão em pelo menos um olho em um período de três anos, enquanto 34% podem desenvolver deficiência motora permanente.
Por isso, a chegada de um fármaco como inebilizumabe pode minimizar os danos da enfermidade, assim como diminuir as crises recorrentes.