Histeroscopia: O que é, como funciona o exame e para que serve
A histeroscopia é um procedimento ginecológico similar à endoscopia. Dessa maneira, através de uma câmara introduzida pela vagina (posição de um exame de papanicolau), é possível visualizar a parte interna do útero. Sendo assim, este exame permite identificar e tratar eventuais alterações existentes – como pólipos, miomas, sinéquias, endométrio espessado e outras anormalidades.
Leia mais: Papanicolau: afinal, qual é a frequência ideal para realizar o exame?
Como a histeroscopia é feita?
O exame deve ser feito na primeira quinzena do ciclo mestrual, ou seja, na fase folicular, que dura cerca de 12 dias. No entanto, assim como o papanicolau, o procedimento deve realizado quando a mulher já não estiver mais com sangramento. Além disso, também não pode ser feito durante a gestação, tampouco quando a mulher está com algum tipo de infecção vaginal.
Dessa forma, o exame é feito em clínicas ginecológicas e, para realizá-lo, o médico faz a dilatação do útero usando CO2 ou soro fisiológico. Depois, é inserido o histeroscópio (com a câmera), que percorrerá toda a cavidade uterina da mulher. Se houver lesões, o médico retira amostras de tecido e envia para análise.
Indicações
Geralmente, o procedimento é indicado em casos diferentes. Portanto, veja quais são:
- Identificação ou retirada de miomas uterinos submucosos;
- Identificação ou retirada pólipo uterino endometrial;
- Espessamento endometrial;
- Descobrir causas de infertilidade;
- Possibilidade de sangramentos uterinos;
- Investigar defeitos na anatomia do útero;
- Realização de cirurgia de laqueadura tubária;
- Investigar a existência de câncer no útero;
- Retirar DIU quando os fios não estão mais visíveis.
Existem dois tipos de histeroscopia: diagnóstica ou cirúrgica. Dessa forma, a diagnóstica tem como objetivo identificar problemas intrauterinos através de imagens do útero. Em alguns casos, é necessário realizá-lo por meio de uma biópsia. A paciente pode acompanhar o procedimento e ver as imagens em tempo real.
Por outro lado, quando é necessário alguma intervenção, como por exemplo ressecar um mioma, é realizado a histeroscopia cirúrgica. Ademais, é importante lembrar que antes da operação, a paciente deve ser anestesiada.
Além disso, sempre que existir a suspeita de patologia na cavidade uterina, por meio da execução de ecografia ginecológica ou dos sintomas da paciente, recomenda-se a realização de uma histeroscopia.
Leia também: Quais perguntas fazer ao ginecologista antes de engravidar
Como funciona o exame?
Em ambos tipos de histeroscopia, isto é, seja ela diagnóstica ou cirúrgica, utiliza-se um equipamento chamado histeroscópio, que contém uma microcâmera para observar o útero. Caso o especialista identifique qualquer alteração, na histeroscopia diagnóstica, é feita a remoção de uma pequena parte da região para ser analisada.
A histeroscopia dura em torno de 30 minutos a uma hora e, após o procedimento, o indicado é ficar de repouso por 24 horas. Contudo, se o caso for mais complexo, como a retirada de um miomas maiores, os médicos podem recomendar alguns dias de repouso.
A histeroscopia causa algum incômodo ou dor?
A maioria das mulheres não sente dor ao fazer o exame de histeroscopia. Porém, algumas sentem um leve desconforto durante a sua realização. Esse desconforto acontece, sobretudo, porque algumas mulheres tem a passagem do útero mais estreita. Nesses casos, é normal que a paciente sinta cólica e pressão na região uterina.
No entanto, esse desconforto pode ser minimizado com o uso de anestesia local ou geral, no caso da histeroscopia cirúrgica. Além disso, a mulher pode tomar medicamentos para alívio de qualquer incômodo após o exame.
Fontes: Heliégina Palmieris, ginecologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo e Ione Brum, ginecologista e diretora da Faculdade de Medicina da Ufam e Dra. Carolina Curci, ginecologista e obstetra, especializada em reprodução humana.