Histerectomia: o que é, tipos de cirurgia e recuperação

Gravidez e maternidade Saúde
28 de Janeiro, 2022
Histerectomia: o que é, tipos de cirurgia e recuperação

A cirurgia para retirada do útero, chamada de histerectomia, é um dos procedimentos ginecológicos mais realizados no mundo. E suas indicações são diversas – ela pode ser realizada por conta de doenças que a mulher tenha ou outras condições de saúde específicas. Mas, apesar de parecer estranho conviver sem um órgão, o procedimento é seguro e pode contribuir com alguns tratamentos. A seguir, saiba mais sobre a histerectomia.

Quando é preciso fazer histerectomia?

A cirurgia é indicada em casos específicos, como se a mulher apresentar:

  • Casos de câncer de endométrio;
  • Câncer de colo do útero em fase inicial;
  • Câncer de ovário;
  • Sangramento uterino sem melhora com tratamento clínico. 

Assim, no caso de sangramento uterino – condição que pode ter diversas causas, como a presença de miomas –, a equipe de saúde tentará outros procedimentos antes de realizar a histerectomia, como a administração de contraceptivos orais e anti-inflamatórios. Porém, caso não sejam efetivos, daí a cirurgia pode ser indicada. 

Por outro lado, quanto às contraindicações, o médico deve pesar o risco e o benefício para cada paciente para a realização da histerectomia. Fatores que tornam o procedimento cirúrgico muito difícil – como múltiplas cirurgias, risco anestésico e casos específicos de câncer avançado – podem ser contraindicações. Por isso, siga sempre as orientações do seu ginecologista de confiança.

Como o procedimento é feito

Existem diferentes tipos de histerectomia, a indicação irá depender da causa da cirurgia. Na histerectomia total é removido todo o útero e o colo do útero. Na subtotal (supracervical) é removida apenas a parte superior do útero. E na radical, além do útero, os tecidos ao redor são removidos (como a parte superior da vagina, ligamentos e linfonodos). Além disso, em alguns casos, os ovários também são retirados (procedimento chamado de pan-histerectomia).

Outras variações são a cirurgia aberta e as minimamente invasivas. No primeiro caso o útero será removido por uma incisão no abdômen. Já as cirurgias minimamente invasivas são as  laparoscópicas e robóticas, opções que têm se destacado desde os anos 1980.

Recuperação

A cirurgia aberta demanda uma recuperação mais extensa – as pacientes devem permanecer de 48 a 72 horas no hospital depois do procedimento. Nesse caso, a dor pós-operatória também costuma ser maior. Por outro lado, quem passa por uma cirurgia minimamente invasiva pode ter alta até no mesmo dia (ou no máximo 24 horas depois). 

Histerectomia tem consequências?

Uma preocupação comum após a histerectomia é se a bexiga “irá cair”. Mas, histerectomia não é sinônimo de bexiga caída. Na realidade, outros fatores como deficiência de estrogênio e gestações e partos de bebês muito grandes estão mais relacionados à cistocele (termo médico que se refere à bexiga caída).

O que acontece, na realidade, é que a mulher não irá mais menstruar – ela entrará na chamada menopausa cirúrgica. Mas aqui vale pontuar que apenas o sangramento mensal se encerrará por definitivo. Contudo, se durante a cirurgia houver a retirada dos ovários, aí a paciente entra na menopausa clássica (que envolve outros sintomas como queda dos hormônios, pele e vagina secas, unhas quebradiças, queda de libido, depressão e irritabilidade). Assim, quando os ovários já estão em falência hormonal por conta da idade da paciente, isso também ocorre.

Por fim, quanto à vida sexual, também não cabe maiores preocupações. Visto que a hidratação, lubrificação e comprimento vaginal continuam os mesmos após a histerectomia (na verdade eles são impactados principalmente pelo nível hormonal da mulher).

Resumindo: estamos falando de uma cirurgia segura e que já possui melhores opções de procedimento. O número de complicações é baixíssimo e ela pode contribuir com o tratamento de diversas condições. Converse com o seu médico!

Fonte: Rodrigo Fernandes, ginecologista especialista em cirurgia minimamente invasiva com atuação em oncologia ginecológica e endometriose do Hospital e Maternidade Santa Joana (SP), e Manual MSD

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