Hipotálamo: qual a sua função e importância para a saúde

Saúde
13 de Abril, 2022
Hipotálamo: qual a sua função e importância para a saúde

O hipotálamo é uma glândula localizada no cérebro logo acima da hipófise, outra glândula igualmente importante para a secreção de alguns hormônios.

Veja também: Conheça os principais hormônios da felicidade e como estimulá-los

Funções do hipotálamo

Segundo Bárbara Scalon, médica endocrinologista da Care Club, em São Paulo (SP), o hipotálamo desempenha um papel estratégico no bom funcionamento do organismo. “Por exemplo, a glândula produz hormônios que controlam a fome e o apetite, ajuda a manter o ciclo do sono-vigília, temperatura e sede, além de uma série de funções do sistema nervoso, incluindo as emoções”, explica a especialista.

Outra função, e talvez a mais importante da glândula, é coordenar a maior parte do sistema endócrino. Em conjunto com a hipófise, ambas influenciam direta e indiretamente no funcionamento de outras glândulas, como a tireoide, gônadas sexuais, mamárias e adrenais. Ao mesmo tempo, o hipotálamo atua no controle de diversos mecanismos, como o peristaltismo ou movimentos intestinais durante a digestão, contrações da bexiga e retração das pupilas.

O que acontece quando o hipotálamo não funciona adequadamente?

Scalon explica que o bom funcionamento do hipotálamo é imprescindível. Afinal, a glândula possui ação sobre outras e é “parceira” da hipófise. “A partir do comando do hipotálamo, que produz os hormônios TRH, CRH, GHRH, GNRH, dopamina e somatostatina, é que são fabricados todos os hormônios da hipófise. Por sua vez, os hormônios da hipófise comandarão a produção de uma série de hormônios do organismo, incluindo o tireoidiano, cortisol e hormônios sexuais”, esclarece. 

Logo, se houver um desequilíbrio na função do hipotálamo, as demais glândulas e determinados sistemas sentirão esse impacto. Em outras palavras, caso o hipotálamo tenha um distúrbio na produção dos hormônios que controlam o apetite, o indivíduo poderá ter mais fome ou inapetência, que é o oposto. Por outro lado, se afetar a tireoide, é provável que a pessoa tenha uma descompensação hormonal que leva tanto ao hipertireoidismo quanto ao hipotireoidismo.

Quais são as possíveis causas de disfunção da glândula?

“A princípio, o funcionamento do hipotálamo pode ser afetado por tumores, traumatismos cranianos, AVC (acidente vascular cerebral), e doenças infecciosas e infiltrativas”, lista a endocrinologista. “Outro fator que pode alterar o funcionamento do hipotálamo, especialmente o centro da fome, é a própria obesidade, que gera uma inflamação crônica nessa estrutura, alterando o equilíbrio dos hormônios da fome, que culminarão em aumento do apetite e ganho de peso”, acrescenta. 

Sintomas ligados ao mau funcionamento do hipotálamo

Antes de mais nada, é essencial que os sinais sejam avaliados por um médico endocrinologista, que é especialista em estudar os hormônios e glândulas. Porém, alguns sintomas podem sinalizar que algo não vai bem:

  • Alterações no ciclo do sono: dificuldades para dormir, como insônia ou excesso de sono ao longo do dia.
  • Mudanças no apetite, com muita ou pouca fome. Mesma situação se aplica à sede.
  • Perda ou ganho de peso, ainda que a alimentação esteja equilibrada.
  • Ausência de menstruação (amenorreia).
  • Fraqueza.
  • Dores de cabeça.

Entretanto, para se ter certeza do desequilíbrio do hipotálamo ou de outras glândulas, podem ser feito diversos exames – desde os laboratoriais que identificam mudanças hormonais a diagnósticos por imagem, como ultrassom (se existirem suspeitas de problemas na tireoide), tomografia computadorizada e ressonância magnética. Além disso, as disfunções hormonais não necessariamente estão relacionadas ao hipotálamo, mas a uma glândula específica.

Formas de manter o bom funcionamento da glândula

Embora seja impossível frear alguns problemas de saúde, como um tumor glandular, a recomendação de adotar hábitos saudáveis continua válida para o equilíbrio vital. Afinal, alimentação inadequada e sedentarismo são capazes de causar diversas enfermidades que podem afetar a produção de hormônios. Por isso, invista em pequenas atitudes, como reduzir o consumo de açúcar e álcool e realizar, pelo menos, 30 minutos de atividade física ao dia.

Fonte: Bárbara Scalon Magro, médica endocrinologista da Care Club – unidades Parque do Povo e Villa-Lobos em São Paulo (SP); e referência: WEB MD.

Sobre o autor

Amanda Preto
Jornalista especializada em saúde, bem-estar, movimento e professora de yoga há 10 anos.

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